sábado, setembro 02, 2006

Ao Crepúsculo...
O tempo parou, e nada mudou, e a noite caiu, e a lua sorriu, e o fogo acendeu, e a porta bateu, e o tempo passou, e o amor não voltou!
Alguém me diga por favor onde está o meu amor, que cada vez mais emaranhado está no ninho sem jeito que crio. Sempre que olho para trás a minha sombra esconde-se na frente, e sempre que estou no caminho certo, algo acontece e coloca-me no meio do deserto.
Estou farta desta busca sem fim, que apesar de ser um desafio, evolui de passo para trote, e de trote para galope, sem dó da minha pouca resistência, pois parte para uma meta indefinida, que não vê formas nem traços de um fim. Será eterna esta busca desmesurada e insatisfeita de um "eu" em vias de formação e com medo da extinção? Apago-me a cada passo, pois julgo que nas grandes investidas se encontra o caminho. Por vezes acordo, e uma voz vinda do fundo das minhas vísceras me diz que no outro só se encontra submissão e desassocego, e não a assunção da minha identidade. Cuidado não deve ser pouco, pois o que está em causa é a minha estabilidade. Há anos que não a encontro, e quando a julgo ter perto, tudo se perde, tudo fica para uma outra vez. Só Deus sabe como anseio encontrar-me, e o quão dificil se afigura tal conquista.
De uma coisa não me poderei queixar: Vivo intensamente, e levo a razão a rojo, sem lhe dar ouvidos, mas lamento não ter resistência suficiente para na hora H me atirar de cabeça. Não é a razão que me puxa para trás...mas apenas o medo, e é isto que na hora de me olhar ao espelho me põe desiludida.
Acabou o Verão e nada foi decisão. Lamento. Será que ainda estou a tempo?

8 comentários:

Anónimo disse...

Um pouco de paixão aumenta o espírito, demasiada apaga-o.

Autor: Stendhal Tema: Paixão

Anónimo disse...

Porque me tiras o sono?

Todos os homens aspiram à vida feliz e à felicidade, esta é uma coisa manifesta; mas, se muitos têm a possibilidade de alcançá-la, outros não a têm em virtude de algum azar ou vício de natureza (pois a vida feliz requer um certo acompanhamento de bens externos, em quantidade menor para os indivíduos dotados de melhores disposições e em quantidade maior para aqueles cujas disposições são piores), e outros, finalmente, tendo a possibilidade de ser felizes, imprimem desde o início uma direcção errada na sua busca da felicidade.

Aristóteles, in 'Ética a Nicómaco'

Anónimo disse...

Com o maior dos acertos, diz Aristóteles: A felicidade pertence aos que se bastam a si próprios. Pois todas as fontes externas de felicidade e deleite são, segundo a sua natureza, extremamente inseguras, precárias, passageiras e submetidas ao acaso; podem, portanto, estancar com facilidade, mesmo sob as mais favoráveis circunstâncias; isso é inevitável, visto que não podem estar sempre à mão.

Anónimo disse...

Todos os homens têm medo. Quem não tem medo não é normal; isso nada tem a ver com a coragem.

Autor: Sartre , Jean-Paul Tema: Medo

Anónimo disse...

Peço com algum temor para não se esconderem por detrás de palavras de outrém. Tenho conciencia que palavras proprias sao amealhadas com suor e na volta a pessoa a quem pertencem nao quer gastá-las à toa...não estou a dizer que as intervençoes me desagradam...antes pelo contraio, de qualquer forma prefiro menos impessoalidade...ja me chega a que recebo do dia a dia.

Obrigada...e abraço

Anónimo disse...

Querida, não necessitas de pedir a medo nada! Ninguem se está a esconder atrás de palavras alheias.
A sabedoria de alguns pensadores são tão universais que mesmo que não se queira, nos acompanham pela vida fora marcando-nos os valores, a consciência e a nossa própria vida, por tão verdadeiras e reais que são.
E depois, a certas horas,o cansaço é tanto que é dificil a expresção.

Rodrigo disse...

Sinceramente, não entendi a o teu post :| Ora parecia-me que estava a entrar no pensamento, era dá a volta e desentendo... ora identifico o transmitido ctg, ora não me parece servir-te :S

No entanto, aqui atiro a minha modesta e ignóbel farpa. Menos ansiedade, só ajudaria. Pensar, pensar... que dá a volta à cabeça!

Cumps

Anónimo disse...

Pensar, implica dinamizar imagens passadas, dinamizar porções da memória, ou seja, tratar com o passado ao invés de constatar o presente.

Este imaginário contém as mais diversas imagens a se contagiarem mutuamente e a se constituírem na forma de aglomerados que resultam em opiniões as quais, por sua vez, influenciam o processo de percepção. Transformam-se em filtros entre o observador e o observado, afastando cada vez mais o primeiro do segundo quanto mais valorizadas são as opiniões, podendo até embotar completamente a percepção, impedindo o contato com os factos.