segunda-feira, maio 19, 2008

Galeria de Arte - Covilhã
Projecto III/2





Fase 2
 
 
 

sábado, maio 10, 2008

“Porque tenho eu frieiras se nunca tiro as luvas”.
O relógio no Infante dá as batidas, mesmo adjacente a mim, num silêncio pontual, que resulta do 13 de Maio ou das queimas noutras cidades. Deixo de fazer os deveres já pendentes e enrolo-me cada vez mais na inércia, que ontem no meio de macas, bancos e garrafas de soro se deu como tensão baixa, haja ou não boa alimentação, muito café ou sal. Antes isso que preguiça…Preguiça não é curável.
Isto aliviou-me e enquanto me agarrava a um telefone público para chamar táxi, tive um prazer imenso na minha falta de companhia, no meu azar, e nas minhas sucessivas odisseias com a saúde. Tive prazer no silêncio depois da amena expectativa, na ilusão de independência, dadas a circunstâncias… nestas situações, quase sempre solitária, devido ao disfarce, e de me julgar sempre menos mal do que estou. Regozijo-me ardentemente de me erguer sem apoio depois da tempestade. Sempre tive oportunidades neste ponto, pois nunca me iludi com a dor.

quinta-feira, maio 01, 2008

A falar de Miguel...

Porque me levanto sempre tarde?
Porque tenho falta de brio ou vaidade.
Há tempos um amigo meu comentava comigo uma passagem de livro que estava a ler: “Por terras de Portugal e Espanha” de Miguel Unamuno, o que o intrigava então? Porque dizia Miguel que os Catalães tinham erguido com brilho a sua região, tudo à conta da sua vaidade? Por não caírem no seu goto?
Invadiu-me naquele instante que o real motivo que nos leva a bulir é, na maior parte, a necessidade de afirmação perante os outros, e não perante si mesmos. Esta atitude tem ligações intimas com a vaidade, pois na maior parte das vezes essas glórias só existem nos fantasmas da aparência e da língua. Então, feliz daquelas vezes que resulta em algo bom!
Que tem de mal ou de bom, então Miguel Unamuno adjectivar como vaidade a força motriz dos Catalães?
É um sentir que vive em todos nós. Não é uma crítica nem construtiva o que Miguel faz…apenas diz uma verdade, que além de muito humana e habitual, é algo que embora mal visto, perdoável pelo que tem de inato, e que nos põe a lutar por nós e pelo que nos rodeia, ainda que de forma indirecta.
O que poderá haver em Miguel Unamuno, é o sonho, ainda utópico, de que o ser humano um dia se mova por intenções nobres, e não necessite de evidenciar o ego.
Mas a verdade, que eu conheço, e mais ainda Miguel, é que estamos ligados umbilicalmente ao instinto, feliz ou ainda mais: infelizmente.