segunda-feira, julho 27, 2009

Genève

Altura em que a flores dão lugar á neve, patos e gaivinhas acompanham a corrida que lhes damos entre rochedos, e que Deus lhes deve.
Através do geiser ao longe percorre-se a marginal e chegados à sua beira ficamos com simples sandes de preço que mesmo em francos se leva a mal.
Antes disto, dois portugueses de fato direito e expressão lisa capturam-nos num flash com cisnes à vista.
Na marginal acordamos e através dela continuámos travados por um stop do lado direito em que um relógio de ajardinado diferente mês a mês conta também trazer gente.




sábado, julho 25, 2009

Avignon

É um erro crasso julgar que Avinhão se reduz a Picasso.
Nas suas viscerais muralhas se confirma as senhoras de Avinhão na sua Zone Rouge sem coração.
Pelas entranhas da cidade se exibem cartazes que se julgam enfeites em dias fugazes de agitação e festa devido a festival sobre tudo o que se achem capazes.
Como pecado seria usar cola em paredes cuidadas faz-se da publicidade literatura de cordel fazendo da anarquia ponte para a poesia.
Depostos os papas ficam as imperiosas recordações das artes que trazem gentes curiosas detodas as partes, com enfado de salas vazias em que vozes em desordem num phone nos lembram que a mesa mais pequena não é só para o rei, e tudo acaba com um sorriso desenhado num livro de visitas que mostra que por ali passei.











































































Barcelona

Uma vez mais em Barcelona deparamo-nos com dificuldades visto não ter poiso para concretizar frivolidades.
De bicicleta através da marginal descansamos num café onde nos desperta um naturista a cem por cento com uma pila de jumento.
No Paseo del Colon uma flauta ao longe nos encanta, sendo-nos anunciada pouco antes na Barceloneta, pelo correr de um “Skate-Dog” que nos espanta.
Ao filmar o grupo “universong” um bonito sorriso faz saltar o entusiasmo de um final de tarde num namorar das Ramblas a abarrotar, onde tanto as pessoas como as bicicletas estagnam a espectar.
Após o jantar andámos sem parar através da cidade moderna onde nesta zona um segundo falo nos faz os olhos marcar.
Depois de 10 km corridos que percorremos aguerridos, a noite acaba com discrepâncias entre norte e sul, Espanha e Portugal onde a malta birrenta já tudo leva a mal.














































sexta-feira, julho 24, 2009

Zaragoza

Pela segunda vez em Zaragoza o calor é muito, e a multidão é grossa.
De bicicleta treino pedaladas esquecidas, desentorpecidas entre uma molha na fonte do Fórum e um granizado atrás da La Seo, ainda na expectativa de uma expo que esmoreceu.
Na Nossa Senhora do Pilar se beija um gasto orifício e se dá azo ao sonhar, tanto pela fé como pela sua linha arquitectónica irregular.
Entre o barroco dos retábulos e pinturas e o Neoclássico da Catedral se resguarda um exímio quadro onde um foco incisivo rasga um cenário de salvação sem igual.
Corre-se a cidade a duas rodas pelos arcanjos jardins que animaram a exposição universal e lá se acaba num manancial de sensações, resultado de reprovações que nascem do abandono do potencial.








































































segunda-feira, julho 20, 2009

Há dias em que não se consegue escrever, assim como os há que não se consegue desfrutar ou deixarmo-nos envolver.
Há tempos em que se vive longe de tudo, o que mais não é do que um divórcio da consciência emotiva, por muitas vezes necessário.
Gostava de escorregar junto de uma gota de água que percorre um vidro, de condensar-me acompanhando a maresia, de viver como o fim de mim fosse o fim do meu dia.
Por uma cidade de imposições hoje de bicicleta vagueei fugindo do calor em que o andar tornava brisa.
Gostava de conquistar essa transfiguração de adversidades, tomando o problema como emblema a apanhar, e assim da brisa passar a quadro impressionista.
Detesto viver como nenúfar isolado num verão acalorado, onde tudo se passa e nada se põe do meu lado.

sábado, julho 18, 2009

Nada melhor que um motivo menor para dar asas a um desabafo.
Nada melhor que a descontracção para se agir com imaginação e coração, usando palmas de mão apenas, esquecendo as empenas e usando-se dedos perdidos nas inconveniências de ocasião.
A força de labuta assim como a do amor, perde-se no emaranhado de sonhos que se tem de dia, se é que não se dorme. Havia pois opiniões e confusões devido a ilusões criadas por fragilidades nascidas de nadas viscosos, mas que marcam o nosso pequeno tudo. Porquê não viver genuinamente mesmo que se passe por demente? Porquê não deixar fluir para levar o verdadeiro amor a crescer e existir?
Ser demente é quando se mente e assim sendo se desmente o pertinente do amor e o existir veemente.