sábado, setembro 23, 2006

Surpresa!

Depois de alguma coisa que se afigurava como um tudo, ou mesmo o TUDO, veio a dura realidade riscar essa ideia e lembrar-me que o que tenho realmente e só...são sonhos. Tudo se auto-promovia como incontestável devido à minha necessidade de viver loucuras, e estava longe de receber o nome que hoje lhe dou: Ilusão.
Apesar de tudo, presentemente sinto isto com menos confusão e dor do que era de se esperar, tendo em conta o meu frágil ego, e neste contexto agradeço esta desilusão da vida que se mostra imperativa por exemplos sucessivos, que alegremente vejo construir em mim estruturas que se tinham perdido no tempo num ambiente de paz armada.
Esta ilusão, que pensava ser a minha base de acção do agora, constituiu algo mais que isso: estabilidade, venha a tempestade que vier...pois ela só por si era um forte temporal, em relação ao qual tive de fabricar anti-corpos, esses que são o resto de tudo e que servirão para algo mais...quem sabe sejam o começo de um sentir-me em unidade sólida, forte e não passível de se destruir ao toque...como até há bem pouco tempo. Coisa que já começo a sentir...e que era tão desejada.

5 comentários:

Anónimo disse...

Pois é...Pois é...Depois da tempestade vem sempre a bonança.

Rodrigo disse...

O que não nos mata, só nos torna mais fortes.
Devemos sonhar sempre... é o que dizem :P

Rodrigo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

Nada surpreende quando tudo surpreende: é o estado das crianças.
Autor: Rivarol , Antoine Tema: Surpresa

Anónimo disse...

As coisas que existem são o que são, mas as que não existem são o que não são, e isso é muito maior. (...) A vida toda está cheia do que não existe e isso é que é difícil. Mesmo naquilo que existe há sempre aquilo que não existe e é só isso que nos interessa. Porque o que importa não é aquilo que se tem, mesmo que se tenha já tudo: o que importa é o que ainda aí procuramos, mesmo que já não haja nada para encontrar. Mas se calhar é só assim que se é homem, o que nos torna a vida um pouco dura. Somos homens não pelo que existe mas pelo que nem sequer pode existir - seremos? Somos homens em ficção, à custa do que não há? - seremos?

Vergílio Ferreira, in 'Nítido Nulo'