quinta-feira, agosto 31, 2006

Tomar como o tempo está a andar!
Oh saudades de 2003, oh saudade de virgindade universitária...ohhhh saudade da ingenuidade...do nada fazer! E nisto alguém se dava ao luxo de gravar conversas alheias, pois quando a mente está vazia, de tudo nos lembramos para apimentar uma vida de tédio.
Depois de ter mal dormido, de ter sido bem alimentada com sopas salgadas, de ser esquecida num quarto de estudante, de ir a cafés comprar bolos de anteontem, de ser carinhosamente rejeitada, aqui está o que sobrou da estada em Tomar em Outubro de 2003...Uma coisa garanto: TUDO está melhor agora! O que o tempo nos faz! Se acham que têm conversas culturais com esta vão morrer de inveja:


  • Tosse de Deus (para ouvir e jurar para nunca mais)
  • O prometido é dividido! Mais recentes faremos espero eu!

    Abraço

    segunda-feira, agosto 28, 2006



    Incógnita
    Acrilico s/tela
    50cmx100cm
    25 e 26
    de Agosto 2006

    domingo, agosto 27, 2006

    Origens da Praxe Académica

    A actual praxe académica, tem como base a polícia universitária (ou "foro académico). A sua organização era constituída por alunos, e a hierarquia definida pela antiguidade dos mesmos na universidade. O seu papel era o de zelar pela ordem no campus, e fazer cumprir as horas de estudo e recolher obrigatório por alunos e professores, sob pena de prisão, sobrepondo-se às autoridades oficiais. Com estas responsabilidades, misturavam-se rituais de iniciação (ou "investidas"), para os novos alunos, recém-chegados - os caloiros - à universidade.
    Pouco mais é conhecido destes rituais, até que em 1727, devido à morte de um aluno, D.João V a proíbe: "Hey por bem e mando que todo e qualquer estudante que por obra ou palavra ofender a outro com o pretexto de novato, ainda que seja levemente, lhe sejam riscados os cursos."
    Com o fim da polícia universitária em 1834, os estudantes decidem criar uma adaptação desta tradição e recuperar os rituais de iniciação. Assim, após o toque da "cabra" - o sino da torre da Universidade - patrulham as ruas da cidade, em busca de "infractores". No final do século XIX, surgem novamente relatos de violência entre estudantes, relacionados com os rituais de iniciação, onde os novos alunos eram obrigados a cantar e dançar, e em que era também frequente cortar-lhes o cabelo. Num destes episódios, um dos praxistas é morto por um caloiro.
    A praxe foi entretanto interrompida durante alguns períodos como a Implantação da Républica e a Primeira Guerra Mundial.

    Do século XX à actualidade

    Durante o século XX, a praxe académica desempenhou um papel de luta contra o salazarismo, e a Guerra Colonial. As consequentes represálias, culminaram no Luto Académico em 1969, que levou à suspensão de todas as actividades. Com o fim do regime a 25 de Abril de 1974, a praxe regressou a Coimbra e espalhou-lhe pelas restantes universidades de Portugal, na década seguinte (anos 80). A Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto, nunca voltou a re-implantar a tradição, sendo um caso único no país. No entanto, alguns dos seus alunos, são por vontade própria praxados por outros alunos das faculdades de Medicina, Ciências e Letras. Estes alunos são frequentemente discriminados pelos outros alunos de Belas-Artes. Na cidade de Lisboa a adesão á praxe tem aumentado mas lentamente, devido também em parte á dimensão da propria cidade e ao facto de não ser uma cidade académica, como Coimbra ou Évora. Um caso de sucesso é o da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, regindo-se por um código de praxe proprio e tentando respeitar e reavivar a tradição. Têm sido frequentes os relatos de violência física e psicológica cometidos sobre os 'caloiros', tanto nas grandes universidades como nos establecimentos de menor dimensão. Os movimentos anti-praxe que entretanto surgiram opõem-se às tradições da Praxe, remetendo para aspectos obscuros e desonrosos destas tradições. Afirmam que o número de relatos é inferior ao número de incidentes que realmente acontecem, enquanto que aqueles vinculados à Praxe negam vigorosamente. Assim a sociedade vê-se também dividida entre as duas versões, mantendo-se o actual status quo.

    Traje académico

    O traje académico actual, também apelidado de "capa e batina", é composto por um casaco longo (a batina), colete, camisa branca, calças simples, sapatos simples, e por uma capa, que deverá tocar no chão, quando colocada sobre os ombros, sem dobras. Esta é a indumentária reservada aos homens, que podem também usar um gorro simples, mas cujo uso não é permitido às senhoras. Estas, em vez da batina, usam um casaco pela cinta, mas não cintado, uma camisa branca, uma saia travada e abaixo do joelho, meias compridas, pretas e não opacas, sapatos simples, e uma capa igual à dos homens. Todas as peças, à excepção da camisa, são pretas, a cor que simboliza a igualdade entre os estudantes. Contudo, o traje académico não é igual em todo lado: na Universidade do Minho, por exemplo, as calças do traje masculino não são compridas, mas sim pelo joelho, enquanto que, em vez de um gorro, se usa o "tricórnio", um chapéu de três bicos, ostentado por ambos os sexos; na Universidade do Porto, algumas mulheres usam meias compridas transparentes e não pretas, como são os casos do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) (que as usam pois mantém a cor original das meias usadas inicialmente pela Universidade a que pertencem - UP), e o caso das Orfeonistas, que as usam para se destacar, pela honrosa instituição à qual pertencem; na Universidade do Algarve, o traje académico adoptou a cor azul escuro, o chapéu "Infante" de largas abas (homenagem ao Infante D. Henrique), as senhoras, uma saia rodada comprida, e os senhores, umas plainas vincadas, com quatro botões na canela e quatro botões na braguilha.
    As origens do traje académico masculino remontam ao século XVI, e sua principal função era esbater as diferentes origens sócio-económicas de cada aluno, sendo assim uma forma de promover a igualdade entre todos. Aliás, e apesar de hoje ter atingido um significado mais simbólico, ainda é esse o seu principal objectivo, se bem que nem sempre é assim entendido. Supôe-se que o traje feminino, tenha surgido na Universidade do Porto, em 1920.
    Ao final dos estudos está geralmente associado o "rasganço" de toda a indumentária académica, com excepção da capa e da pasta académica, que assim acompanham o resto da vida do antigo estudante. Hoje em dia, são raros os estudantes que fazem, de facto, o "rasganço", devido ao peso sentimental atribuído ao traje, no final do curso. Dá-se, então, um "rasganço" simbólico através da "probição" de se voltar a vestir o traje, usando-se apenas a capa - esta é a indumentária mais característica dos Veteranos, os alunos mais velhos.


    Fitas

    O uso da pasta académica só é permitido a partir do momento em que se deixa de ser caloiro. Contudo, o aspecto que a ela está mais associado são as Fitas. Estas são impostas ao estudante antes de este iniciar o último ano do seu curso. São oito fitas ao todo, da cor da faculdade/instituto/escola superior de cada estudante, identificando-o como um Finalista. Esta tradição remonta a meados do século XIX, quando as pastas eram compostas por duas partes independentes, e que eram mantidas unas com recurso a estas fitas.
    A "Queima das Fitas" tem as suas origens nas celebrações que se faziam aquando o final dos cursos, onde os Finalistas queimavam as suas fitas dentro de um penico. Tal como o "rasganço", aplicado ao traje académico, a "Queima das Fitas" é também um momento de despedida da vida de estudante. Terá sido iniciada em Coimbra, e é actualmente um dos maiores acontecimentos do calendário académico, em todas as cidades universitárias do país.

    quinta-feira, agosto 24, 2006

    Hoje, para minha surpresa, recebi um e-mail da MELLE.
    Ora aqui está ele:

    A «praxe académica» e demais práticas que visem humilhar os novos alunos universitários são um problema sério e como tal devem ser encaradas. Não só deixam marcas e traumatizam muitos dos alunos, especialmente os deslocados, como também são uma promoção do fascismo e dos valores mais reaccionários e facciosos. Muitos candidatos ao ensino superior, especialmente nas zonas fora de Lisboa, ainda acreditam que a «praxe» é obrigatória ou tem carácter institucional (infelizmente com a cumplicidade de muitos Reitores). Apelamos assim, a que todos se empenhem activamente no esclarecimento dos novos alunos e na denúncia das violações dos direitos humanos habitualmente cometidas durante a «praxe». Combater a «praxe» é combater uma sociedade hierarquizada, uma sociedade de «estudantes e futricas».
    ____________________________________
    No meio de tudo isto digo que já dei o meu pequeno contributo de irreverência.
    Recuso-me solenemente a entrar no rídiculo núcleo do mundo "praxístico", a ponto de recusar declarar-me anti-praxe, pois para se ser contra é necessário que exista algo para se discordar e recusar, e neste caso se a sensatez de cada jovem falar mais alto a praxe é, nada mais nada menos, que um nada. Não há consequências nefastas em não participar naquela "coisa", até porque o que é mais importante, a convivência que se cria no ambiente de estudo, nunca foi nem será anti-natura a ponto de desaparecer com um simples "NÃO" a algo que na prática de nada serve, apenas para descarregar energias de frustrados em comunicação e relações, e a esses digo com condescendencia: pratiquem desporto caramba!
    Até mesmo estes revelam toda a sua autoridade quando depois de terem recebido o "NÃO" tão receado de proferir, se sentam à mesa de café com quem lho disse, disfrutando da sua companhia...tal como aconteceu comigo. Meus amigos face a isto digo: a praxe não existe como precedência de um saudável acolhimento, nem como antecedência que existe antes de mais um "fato de carnaval" que vive da vaidade sem fundamento. A isto digo: somos providos de energia indissociavel da liberdade, e vestimos o que nos der na real vontade. E lembrem-se: esta maravilhosa liberdade perde-se quando desrespeitamos o mundo alheio.
    Um grande bem haja!
    Lia

    domingo, agosto 20, 2006


    Paredes de Coirão voltarei lá...ou talvez não!

    Foram dias "cansativamente renovantes". Pode-se dizer até que quem quer esquecer as agruras da vida vai até uma coisa destas, e no meio da agitação e da falta de espaço para pensar, acaba por de lá sair partido...mas de mente lavada. Agora sim percebo como os cartazes já se dão ao luxo de ser pobres, conquistando adeptos da coisada preta na mesma.
    Devo confessar que apesar da inclinação do terreno onde estava a tenda, da hora do lobo em que se gritava com prazer Caralho e Foda-se e se uivava no mais simples sentido do termo, as tardes no café Delta eram bastante macias, as pessoas simpaticas, e o rio gelado... mas lindo, com um palco de nome Ruby (nome de um género de café da Delta) cor de rosa às florzinhas, jazz, muito bem vindo, onde se passavam umas tardes de ressaca deliciosas.

    Aqui fica um cheirinho mal dado :p




    Cá está uma fracção de concerto e os tipos de boné à nossa frente a dar coisas. Grandes tipos...nem precisavam de ser cravados :D "OHHHH MENINO!!! É pró menino e prá MENINA!!!" LOL
    Infelizmente verifico que não me lembrei de tirar fotos a muita coisa que adorei e descrevi...Ficará para a próxima...paciência !

    quinta-feira, agosto 10, 2006



    Ervas aromáticas e especiarias...

    É um prazer não ter com que me entreter,
    ter livros para ler e não o fazer,
    sentar à borda de água, ter companhia, esquecer
    ...e nada dizer.
    Tirar férias de tudo
    até do prazer
    com que me refugiava do dever.

    Apenas render os sentidos ao café, e esquecer que assim aconteceu. Perdoar. Ficar tão leve como a atmosfera quente, deliciar-me com o abrir de uma janela que me entrega mais calor do que aquele que já possuo.

    Mas : "CECI N'EST PAS UNE PIPE" Como diria René Magritte.

    Tenho objectivos a cumprir
    neste tempo que se quer sempre a repetir,

    talvez não cadernos de actividades para férias,
    mas antes um valioso caderno de apontamentos a registar,
    para de vez me deixar de magoar,
    e começar a andar mais etérea que o ar.

    Caderno sem nome, no entanto com determinação bem definida,
    que vai pôr toda a energia negativa finalmente FINDA!

    Talvez venha do oriente
    esta brisa quente
    Mas não quero iludir-me com a certeza
    Espero antes que os restos de tudo isto me tragam firmeza...

    Um grande bem haja!

    terça-feira, agosto 01, 2006

    Praxes Académicas - Comunicado do MELLE

    A praxe académica é justificada por quem a pratica «por ser tradição», uma tradição tão nobre como a escravatura, matar judeus ou o bombardeamento nuclear. Na mente dos velhacos pode-se fazer tudo em nome da tradição! Na verdade a praxe em Portugal apenas é praticada há décadas na Universidade de Coimbra, tendo sido interrompida na sequência da Revolução de Maio de 68 e só então retomada nos anos 80 por indivíduos matriculados em Universidades de todo o país. Foi o desvanecer dos ideais de Abril e a consagração de uma ditadura mascarada de democracia. As torturas do passado, incluindo as da PIDE, durante o Estado Novo, são continuadas nos dias de hoje, dentro das universidades, não raras vezes com a cumplicidade suja das Reitorias.Os individuos que estão ligados à praxe, os que se dizem "Doutores ou Veteranos" são Doutores de coisa nenhuma. Na verdade muitos deles estão há vários anos matriculados na Universidade, a desperdiçar vagas e recursos, num sistema de acesso já de si corrupto e injusto. Com cumplicidade institucional alguns estudantes universitários cometem crimes no interior das escolas e permanecem incólumes.Defendemos que as Universidades devem ser espaços abertos que promovam a liberdade e que permitam o livre pensamento.Não vamos permitir que se continue a ensinar e praticar actos de xenofobia, actos de violência, a coerção, o uso abusivo e indiscriminado de drogas, a humilhação, a afronta à dignidade, a afronta aos direitos da mulher, à igualdade e à tolerancia pelas crenças alheias. Os Reitores das Universidades são responsáveis e devem ser responsabilizados pela cooperação na prática de verdadeiros atentados à democracia e à liberdade, quando ano após ano, os novos alunos continuam a ser humilhados e abusados pelos seus colegas mais velhos com ofensas, psicológias e corporais, por vezes de inspiração fascista e nazi fazendo crer que estas estão de acordo com a legislação em vigor. Os Ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior devem também ser responsabilizados, por compactuar com estas práticas anticonstitucionais e que violam os mais básicos direitos humanos.Deve o Ministério da Educação em conjunto com o Ministério da Ciência Tecnologia e Ensino Superior, com carácter de urgência, realizar Acções de Formação de carácter pedagógico, de frequência obrigatória por todos os funcionários das escolas e universidades portuguesas, para que estes cumpram o dever cívico de identificar e denunciar os abusos e contribuam para uma mais eficaz eliminação das praxes.
    Lisboa, 30 de Julho de 2006,Comissão Nacional do Movimento Estudantil de Luta pela Liberdade na Educação