sexta-feira, fevereiro 10, 2012

A Valsa com o Lírio.



Foi um espelho que me mostrou o teu reflexo mais verdadeiro.


A partir dele…
Graças a ele….
Não te invento, antes, confirmo-te.
Devido ao espelho, agora danço, e sinto-te em todos os passos.
Esse sentir, que se vê no mais fumado dos reflexos,
torna-me a cada passo mais dormente. Não é amor.
Torpor que advém da doçura que toca o irreal,
E como poderia o irreal sentir-se? Desmaterializando o real….
...a existência, o próprio sentir.
O Vazio sempre existente ante o ideal torna-me perplexa.
Agora, o meu corpo jaz entre medidas pouco idílicas,
perdendo-se na presença de teclas oníricas,
que me levam mais longe do que alguma vez suspeitei.
Quero respirar.
O abandono implícito a tudo isto é medonho,
sorri a cada gesto, a cada tentativa de fuga impõe-se,
com uma abrangência assustadora.
Que faço? Não posso abandonar-me.

                            



Waltzing with Lily


I was shown your truest reflection by a mirror.

From it…
Thanks to it…
I do not imagine you, I assert you, instead.
Due to the mirror, I now dance, and I feel you in every step.
That feeling, visible in the most hazed of reflexes,
Makes me numb at each step I take. It’s not love.
Numbness being borne in the sweetness that touches what’s real.
And which way could the unreal be felt? By dematerializing what’s real.
… existence, the act of feeling, itself.
Emptiness always existing in front of what’s ideal stuns me.
Now, my body’s lying among such unidylic measures,
Losing itself in the presence of dream state keys,
Taking me further than I’ve ever expected.
I want to breathe.
The implied abandon in all this is frightening,
Smiles with each gesture, imposes itself at the slightest attempt to escape,
With an astonishing range.
What do I do? I can’t leave myself.