terça-feira, março 20, 2007

Tudo muda em pouco tempo…tudo muda por reminiscências do acaso, não é de todo necessário o acaso de corpo inteiro.
Neste momento invade-me a ideia de que já não sou capaz de escrever com veracidade, pois a convivência e balbúrdia emocional, esta felicidade ou contentamento absurdo, e quem sabe…efémero, cega-me, destitui-me de clareza de ideias, ou antes absorve-me em preguiça. Em parte assusta-me, em parte compreendo. Já não estou só comigo e perdi o tempo para escavar ideias, perdi o tempo para minhoquices, e dei lugar à experimentação.
Neste últimos dias apercebi-me novamente da assunção voluntária de sentimentos em mim, da libertação de códigos e convenções que me limitavam, me apagavam na indiferença, minha por mim, e me constrangiam em rotina. Os bons sentimentos expressos trazem cor e movimento à vida, e não devem ser omitidos, mesmo que por falta de coragem…deve-se enfrentar essa falta, para se puder ter a sensação divina de se ter agido positivamente, esquecendo as consequências, essa obsessão diabólica que nos amestra, castra, mata, ganhando-se pelo acto. A consequência é apenas complementar.
Não se possui inteligência emocional ao ocultar-se sentimentos, isso é apenas cobardia, e sim inteligência emocional pode-se inclusive expressar através da sua mostra, revelando-se na maneira como estes são mostrados, com ou sem beleza, com ou sem elegância, com ou sem brilho de coragem…que acompanha o acto.
Pode-se acusar de estupidez, o esconde esconde de tumulto interno, que apesar de todo o disfarce, transborda, se mostra na sua forma mais hedionda e pequena, porque por azar nos saiu, passando do belo ao cómico.
Agradeço a coragem, ou orgulho, para assumir os mais envergonhados sentires.