domingo, dezembro 30, 2007


Hélio Pires
Grafite e lápis de cor
Formato A3
(Prenda de Natal)

sábado, dezembro 22, 2007

Ideal não me leves a mal.

O idealismo é um estado da alma, mas a acção é do diabo.
Entre Estados Operários Burocráticos e Democracias Operárias, o socialismo rende-se ao mercado, consequência do desenvolvimento económico e desejo que todos têm, que nem a generosidade de Chávez conseguiu desvanecer, mantendo apenas o que tinha de mais teimoso: trabalhar para alcançar a justiça social.
Na prática qualquer ideologia face a uma necessidade se desfaz, pois o ideal não nos é como nosso cão, e sim como coelho que ocasionalmente achámos que seria bom criar na gaiola, mas que quando solto acaba com todas as ligações que nossos pertences têm à terra.
Não há sonho que não seja a dormir, não há direita que não seja egoísta, nem esquerda que não seja invejosa.

Para Jornal da Juventude Socialista do NESUBI
Estou cansada de Carnaval, de máscaras que escondem horrores.
Tudo o que tenho vivido ultimamente, não passa de uma ilusão.
Como alguém diz, a complacência gera amigos, a verdade inimigos. Sugerem-me também que a harmonia de relações de que presentemente usufruo-o é culpa minha.
Não seria melhor reestruturar algum do meu lado mesquinho, apelando assim aos outros que se mostrem instantaneamente? Como sou só me cria enganos, e só tem feito que o meu barco encalhe.
As pessoas levadas a bem correspondem igualmente, levadas pelo mal cravam-nos as unhas, é certo. Mas isso é só uma verdade que se aplica nos princípios de uma relação, pois pelo bem, pela genuinidade, com o passar do tempo, também nos é trazido desagrados, que doem mais, pois já foi depositado amor.
Porque será ? Interrogo-me.
Julgo que a bondade e todo o manancial de coisas positivas (ainda que pouco enraizadas) que nos traz, causa inveja pelos dois factos, e mais um. Pelo de ser bondoso por si só, que faz sentir os opostos mais pequenos e perdidos nos seus maus sentimentos face um desembaraço fácil e luminoso, pelos lucros consequentes e óbvios, e pela paz que emana de quem usa de tal estado.
Não há moeda sem duas faces, e como desde alguns anos acredito: Para tudo o que é verdade, o contrário é igualmente válido.
Tudo o que tenho construído vai desembocar em lágrimas. Irreversivelmente. Não há nada que não goze de efemeridade. Será este o motivo que dá resposta ao facto? Talvez fosse escusado me perder tanto em pormenores. Sou efémera, tudo o que semeio também o é, PONTO.

terça-feira, dezembro 04, 2007

…sobre o traçado regulador.

Tudo o que se cria obedece a uma ordem para bem do seu correcto funcionamento, e como consequência natural inevitável.
A verdade é que muitos dos arquitectos de hoje abdicam dessa ordem nas suas criações, o que, pode gerar desagrado se não se tiver sentido critico e não se sentir alguma responsabilidade na criação, pois acredito que se esta houver, se farão boas coisas inevitavelmente com ou sem traçado, passo a explicar porquê.
Desde galileu que se tenta prever o que toda a gente chama de caos, ainda que com um sucesso mínimo de constância dentro do sistema, o que normalmente não ocorre na natureza, mas que é suficiente para indagar dois pontos:
- Será que é pertinente abdicar de seguir uma ordem na criação artística?
- Será que mesmo abdicando, não se encontrará uma inevitavelmente, já que estamos inseridos impreterivelmente num sistema organizado?
As duas opções são válidas. Tanto utilizar sistemas reguladores de forma consciente, ou partir em busca de uma ordem ainda não dominada, o caos, que se afigura como a maior, a Natural, e que nos pode abrir caminhos a outros métodos de criação, se, claro, houver responsabilidade no que se faz, pois existência sem consciência é o caminho para a destruição, e afinal, o que nós queremos é prever o indesejável, ter controlo sobre o “acaso”.