sábado, novembro 25, 2006

"Transformação ou permanência na Arquitectura"
Hoje já não é a primeira, nem será a última vez que esta questão se interpõe entre mim e a realização de um projecto.
Ao fazer-se ou falar-se de uma realização projectual vêm atrás na maioria das vezes argumentos (numa repetição que considero abusiva), como "respeito pela lógica formal do lugar", "respeito pelo traçado Arquitectónico" e "conservação dos elementos históricos", muitas vezes para esconder falta de ideias e pretextos, e raramente, a meu ver, com genuínas intenções.
Já alguma vez se perguntaram porque não se vestem todos da mesma cor? Concerteza que confirmam que o contraste de cores é mais apelativo que a mesma cor espalhada por todo o corpo!
Ora na arquitectura como em todas as modalidades ditas artísticas, passa-se o mesmo, pois no contraste é que reside a emoção, e a Arte para mim, não é mais que uma interjeição perante algo que concretiza o indizível, e pela qual exclamamos...é o resultado da emoção, dando-lhe nome.
Ora da monotonia surgem exclamações? Emoções? Atrai? Por vezes até se torna extremamente inquietante, pois o Homem é um ser inerentemente activo.
Quando se fala de respeito aos valores históricos do local, esquecemo-nos que a história tende para o infinito, e qua não faz sentido estar-mos no século XXII a pressionar-mos interruptures que têm uma altura maior que a nossa, ou pior, numa sociedade cada vez mais idosa, subir escadas para um terceiro andar, tudo pela bem dita reabilitação, movida pela conservação dos antigos valores estéticos (será que o eram? ou apenas funcionais e subservientes?), perdendo-se aqui o significado de Arquitectura, que além de objecto de fruição é também, e essencialmente, um obejcto utilitário, funcional.
Já se perguntaram porque é que o IPPAR só protege zonas justapostas a lugares históricos por excelência, mesmo que a cidade contenha uma unidade formal?
No centro nasce a história...O resto é subserviencia!
Esta subserviencia não existia até aos tempos de hoje (quando se pede cada vez mais capacidade criativa...ironicamente), existia adpatação às necessidades e aos valores em constante evolução do homem, que hoje só são acompanhados na periferia das cidades, criando objectos inertes numa zona hipotéticamente central e histórica, que não fazem qualuqer sentido no contexto de um urbanismo que se quer hoje cada vez mais funcional e pragmático.
Basta visitar-mos Óbidos que à rebelia da beleza da zona histórica as pessoas preferem morar, consoante a satisfação de novas necessidades, na periferia. Isto repete-se.
E não chame-mos Arte a algo na grande parte das vezes inerte, pois Arte em Arquitectura é a inseparável relação forma/função.

sexta-feira, novembro 24, 2006

"Pensar Alto"

Hoje deu-se a prova do que suspeitava. Hoje começa a concretizar-se a convicção que há uns anos me invade de que resumir o pensamento, os actos e os hábitos ao essencial é o caminho mais correcto, o caminho que leva à simplicidade suprema da existência, e assim facilidade de permanência em vida. É o caminho da satisfação intelectual e espiritual.
Abro o chapéu e saio para a rua, sem expectativas de nada, nem de ser invadida pelo receio, quem sabe apenas resultado do cansaço devido às duas directas que fiz.
Tenho a mente num branco arrosado pela primeira vez em muito tempo e os gestos desinibidos. Pela primeira vez em muito tempo desde a depressão enfrento um público e falo abertamente sem medo de mim. Obrigado dança. A tua espessura terapêutica reacendeu em mim a confiança, fez com que não recea-se o medo, e dá-me perspicácia para saber retomar o passo após o engano.
Libertei-me finalmente da prisão que criei com as minhas ilusões sobre o mundo, e reduzi estas a um nada que outrora se afigurava como fantasma que me aterrorizava.
Sei que se levar a cabo a redução completa ao essencial e a descoberta de prazeres não prejudiciais, simultaneamente belos na sua concretização, sentir-me-ei realizada e com força para enfrentar um novo mundo- aquele que só me morde se eu deixar e quiser.

terça-feira, novembro 21, 2006

"Cão Como Nós"
17/11/2006



. Bau

Dia de Seminário. Tudo me indica que não seria a melhor altura para me debruçar numa recordação, que embora não exista só nessa forma, já se afigura algo distante, e dado o calendário, descontextualizada, mas esquecendo um pouco isso fica o vazio deixado por algo que perdeu a definição com o tempo, e que por isso às vezes me esqueço de o relembrar como motivo.
Hoje pendurado no meu quadro de lembranças, ou de anti- esquecimento, sem precisar de lá estar, está o meu mais próximo cão Bau que a doença e o meu descuido levaram, e não a sua idade.
Quadrúpede de presença humana... relembro com paixão episódios menos caninos deste companheiro, que tanto fazem jus ao meu respeito e adoração por este cão.
Epanheul Breton por mero acaso…sem muita justiça, e com malandrice, pedi ao meu avô para olhar por ele, enquanto permanecessem fora, tomando-o em definitivo para mim, e então, julgando este ser de bom tom, tomou o meu modo de estar como seu, a jeito de agradecimento, sem muitas opções para o fazer, mal sabendo ser o melhor que me poderia dar.
Pois no seu modo calmo, passivo e conformista, tal como eu era, e julgo ainda ser, o Bau fugia à sua regra quando em época de namoro canino, trazia a sua conquista, ironicamente, e como eu própria observava quase sempre certa, para a porta de casa, defendendo-a dos outros já depostos conquistadores, persistentes porém, que teimavam em perseguir a menina.
Recordo com saudade a sua fidelidade e postura tão elegante, não que fosse obediência, pois era por instinto que o fazia, ao acompanhar-nos sem corrente para todo o lado, tal como um boomerang, e a sua por ventura indisciplina sempre, mas sempre justificada.
Sentado à porta do prédio da minha antiga casa, Bau dava azo à sua convicção de que toda aquela área circundante lhe pertencia, guardando-a incansavelmente, e quando considerava isto suficiente, batia à porta de casa mais espertinamente que uma criança em idade de descobrir os porquês.
De olhar meigo, pacífico, e assustadoramente consciente, que trazia implícita sabedoria, observava-nos do seu sofá sempre com carinho, passa-se-se o que se passa-se.
Deliciava-me olhá-lo, e encontrava nele o motivo de compaixão pelo que me rodeava, um pouco a jeito de quem vai à missa.
Encontrava nele um irmão, não só pela afeição a este que a minha mãe tinha, mas também, como já referi, por ser um meu reflexo.
Tudo submerge à última cena que com maior intensidade se impõe, talvez pela minha maneira pessimista, num fim de tarde de Maio, em 2003, entro em casa vinda da escola e encontro num sono profundo e rendido, mas pouco pacífico, este paradigma do amor e do admirável modo de estar em vida.
. Filhos do Bau (Março 2002)




. Recente ninhada de netos

domingo, novembro 19, 2006

Relembro-me de mim?

Já voam 5 anos, alguns deles sobre chuva, e que custam a sarar, pois não têm condições de voar, espero contudo que esta situação seja um ainda.
Relembro a minha independência "vaidosa" doas 16 anos, relembro Paris, a viagem que com alcobasenses fiz, e relembro o preciso momento em que positivamente me classificaram, em muito tempo. Relembro os primeiros sorrisos a uma estranha, que era eu, que entra ( consoante a normalidade na altura) com naturalidade, descontracção e um travo de atrevimento no grupo de viagem. Relembro as objecções que em Versailles se renderam, a camaradagem com que por 3 vezes fomos expulsos do Sacré Coeur, à custa do riso, relembro o carinho com que as gafes eram recebidas. Relembro e saboreio tudo como um reacender social que não tinha desde a infância, graças a uma consensual e embrional boa educação de Alcobaça, digam lá as cobras e lagartos que disserem.
Ontem tudo que era e que se confirmou nesta casual viagem reapareceu quando ao som da música vejo o meu corpo render-se à coreografia com obdiência, confiança e liberdade dos membros, da aura, que não sentia fazia anos e que o meu social de hoje tende a apagar. Mas porquê me tornei tão susceptível, quando caminhei tantos anos sobre tristeza e solidão mas com a graça de quem não liga ao caso? Será a fase "pré-adulta" mais frágil que a adolecência? Ou será que a exigência que lhe corresponde nos faz cair em dó?
Óbidos Achocolatado II
(dia 11/11/2006)

As esculturas de chocolate não são as deste ano mas de 2005...não estive disposta a entrar na fila.





































sábado, novembro 18, 2006

Óbidos Achocolatado!
(primeira visita este ano)









































quarta-feira, novembro 08, 2006

Dar a mão...recusa em vão
Sexta-feira passada a caminho de casa e com o carro cheio fazia-se silêncio. Venha ele de que razão vier para mim começa a entrar na categoria das coisas às quais dou um tempo de descanso, pois esta coisa de estudar muito disso tem a dar. Ora, mas não será para falar das minhas novas viagens Covilhã-Nazaré e vice versa que escrevo agora aqui, mas talvez do silêncio.
Hoje vivem-se paradoxos como qualidades, coisa que há anos me anda a dar volta à estabilidade emocional, mais concretamente, vive-se no silêncio e solidão por opção, e também: por azar.
Cada ser humano constoi um mundo, seja ele solitário ou não, mas o certo é que tem receio de abrir as portas nos dois casos, porque, sabe-se lá, o vá depôr do seu estatuto com a sua chegada, ou descobrir que o mistério que acompanha toda e qualquer solidão, não é assim tão misterioso, seja: interessante. Mais recentemente descobri que há quem tenha pavor a desconhecidos, esquecendo-se que os conhecidos de hoje foram os desconhecidos de ontem, e quem sabe, se não serão os esquecidos de amanhã...e agora? Cai-se na onda do pseudo mistério da solidão? Será isso o mais confortável?
De qualquer das formas, face a estas duas situações, não me resta alternativa senão armar-me em penetra e invadir o mundo alheio der por onde vier, e julgo não me vir isso a custar tão caro como o exemplo de Lisboa :de recusas sucessivas.
Lisboa onde um mapa mostro para saber indicações e onde mas recusam com receio de estas serem o pretexto de entrar no seu tão vazio mas pedante mundo. Será Lisboa tão igual ou diferente de terras menores?
Lisboa que és aparência desprovida de excelência de actos genuínos e que tanto penas por impessoalidade dada pelos teus gambuzinos.

terça-feira, novembro 07, 2006

Sr.Chocolate em relações burocráticas com Óbidos!

Ora Cá estamos na 5º edição do festival de chocolate de Óbidos, que este ano, segundo eu própria testei é sem dúvida a melhor de entre todas as que se lá realizaram, finalmente vê-se chocolate além de gente! Nem que para isso se tenha de pagar 5 euros( com oferta de chocolate pipi da nestlé) pela pulseira de entrada nas tendas...3,5 euros aos dias de semana.
Apareçam!