quarta-feira, março 26, 2008

O que é o ciclo amoroso? Exigência e desilusão.

Ninguém valoriza ninguém embora nobre, se não houver incógnitas e terreno por conquistar.
Lá fora faz o mesmo frio que corre no meu peito.
Estou cansada de ambições e pretensões que tenho, estou cansada de utopias que me trazem sofrimento. Cansada de amar, cansada do ciclo que esta aventura constitui. Cansada de não perceber o porquê de amar quando nem sequer me vejo a mim mesma. Não me amo, se me amasse não mergulhava num mar de ilusões sobre mim, e vivia humildemente com as capacidades que me vão dando uma mãozinha aqui e ali sem precisar de as afirmar. Que nojenta necessidade de afirmação é esta? Desejo loucamente a libertação de tudo isto, desejo a genuidade que me fugiu e igualmente a consciência de uma validez de existência por si só, sem precisar de barrocos e rococós a coroarem-me a inteligência. E quando tiver menos ardente de crescer como gente, só aí… serei alguém.
Terei a paz necessária para colocar tudo em ordem.

sexta-feira, março 21, 2008

Festival de Cinema Indie

Este anúncio está muito bem feito!


quarta-feira, março 19, 2008

Espero por mim há dias, espero por encontrar o eu conveniente para pôr tudo por escrito. Espero, e neste momento não sei bem como começar, pois é como condensar uma tempestade inteira num copo de água, dar-lhe um rótulo e esperar que os outros compreendam a sua dimensão e consequências, quando apenas a vêem em maquete.
No entanto, embora julgue que um copo é pouco, por vezes mata a sede, e afinal os nossos problemas não são novidade para ninguém, é certo, e o meu objectivo não é relatar, mas apelar ao âmago alheio através de descrições que lhes são familiares em suas próprias vidas, visto sermos farinha do mesmo saco, reflectindo então o copo toda a realidade em sua volta, com mais ou menos aproximação ao particular.
Começo então.
O facto é que já tive em dias melhores para fazer isto, mas o aquecedor que conservo sempre por perto amolece-me e rouba-me a lucidez de quem está desperto e põe-me rendida a tudo. É assim que tenho andado, num descanso abusivo de quem está farta de emoções, tanto escolares como pessoais, e nem tenho acreditado na minha capacidade de descrever seja o que for.
Todas as experiencias por mais bizarras que nos possam parecer à primeira vista, não são tanto assim, a nossa limitação humana é que nos faz crer que o mundo tem de ter ordem, ser arrumado e que devemos seguir regras impostas por algo maior. A verdade, é que essas regras e ordem nos escapa e o que é certo é que nem chegam a ser aparadas por milésimo de segundo em nossas mãos. Por isso para quê sofrer com os passos fora do risco?
Vivo á margem dos meandros obscuros dessas regras, cumprindo apenas aquilo que acho indispensável ,belo ,e sobretudo conveniente para que as coisas à minha volta funcionem segundo os meus planos de sobrevivência .
Mas, há sempre um lado negativo de tudo, principalmente quando se opta por atitudes radicais.
É negativo quando chega a hora de suportar a dor da ingratidão, da inveja e principalmente da incompreensão, que por mais força que se tenha acaba sempre por nos abalar num limiar de paciência e de saturação, que todo o humano tem para bem da sua sobrevivência.
Venha a dor que vier, já a ultrapasso com facilidade, pois mais duro do que razões externas a nós, é quando a dor vem de factores internos, que é uma constante em mim, e que já passo por ela como uma brincadeira para crianças.
Nos dias adjacentes à tempestade por que passei, senti-me plena e com força para alcançar todas a metas que me tenho imposto e que a preguiça abala assim como os problemas existenciais, mas o facto é que isso adormeceu e voltou a inércia de quem não acredita em si mesmo, e precisa de mais embates até dar valor suficiente ao tempo que lhe escorre entre os dedos, sendo vida que se gasta com desprezo, o que me deixa mais desesperada e com mais problemas existenciais. Que ciclo tremendo!
Preciso urgentemente de me amar e confiar em mim. A verdade é que esqueço estas agruras e vou vivendo por via de imposições necessárias que precisam de resposta, mas o vazio está lá. Ultrapasso quando é estritamente necessário, diria: ponho em standby, sendo este o ultrapassar com facilidade. Mas não sei se feliz ou infelizmente tudo volta, não por gosto pela tragédia, mas por instinto de sobrevivência, quero melhorar-me mas sei que não sigo o melhor caminho, apenas este é inevitável…é o que o meu corpo me dá. Tenho momentos que encontro uma ilusão amorosa por mim e a paz necessária à realização do que desejo, mas suponho não ser forte suficiente pois não a mantenho. Quem me dera que assim não fosse!

Afinal…

“Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma”.

Esperança venha.

domingo, março 09, 2008

Como às vezes tudo parece que se passou com outra que não eu.
Abri a porta às fragilidades mundanas e deixei escapar a paz brevemente conquistada e os ideais, a força e tudo o que tinha de bonito em mim.
Agora deixo-me ir ao sabor dos outros, ainda que indirectamente passando um péssimo bocado.
Deixo-me angustiar com as misérias das suas conveniências. Quem me dera recuperar a força que um dia tive e que fazia um barreira entre as intenções de outrém e os meus sentimentos e simultaneamente lhes tirava o pio.
Sinto falta da paz em plenitude que por não me reconhecer a mim mesma me escapou.
Sinto falta da genuinidade e coragem que se perderam entre doenças e exigências tirando-me o amor por mim mesma.

quarta-feira, março 05, 2008

De tirar o tapete debaixo dos pés...
Encontrei este artigo num suplemento do público:

Comida do lixo

Os "Fregan" são recolectores dos tempos modernos. Uma nova subcultura urbana que cresce em Nova Iorque.
Texto de Erika Hayasaki, Fotografia de Carolyn Cole.





Madeline Nelson prepara o almoço no seu modesta apartamento, em Nova lorque. Uma salada feita de cenoura ralada e alface que ela encontrou no contentor de lixo de uma loja Whole Foods, urna cadeia de supermercados especializada em alimentos naturais e orgânicos. Para temperar o molho, Nelson misturou-lhe um pouco de miso em pó, que encontrou num saco de lixo de Chinatown. O pão que cozeu foi feito com fermento recuperado do lixo de uma mercearia que vende produtos do Médio Oriente.
Nelson é uma ex-gestora de uma grande empresa e tem dinheiro suficiente para jantar em bons restaurantes. Mas ela prefere usar produtos que encontra no lixo e tarnsformá-los em refeições sofisticadas, sem gastar um cêntimo.Hoje Nelson descongelou uma fatia de paté que encontrou três dias antes de acabar o prazo de validade num contentor de lixo à porta de uma loja de alimentos saudáveis e fez uma canja com restos do “buffet” de um restaurante, que conseguiu salvar antes que fossem deitados no lixo.
Nelson, de 51 anos, tinha um salário de centenas de milhares de dólares por ano como directora de comunicação da famosa cadeia de livrarias americana Barnes and Noble. Mas cansou-se uma empresa multimilionária, em 2005 e tornou-se uma “freegan”-uma expressão que combina “vegan”, a designação dos que não consomem nenhum tipo de proteínas animais, e “free”, com o duplo significado de “livre” e gratuito”. Os “freegan”, a urbana em crescimento, são pessoas que reduziram os seus hábitos de consumo e que vivem daquilo que os outros deitam fora.
Os pioneiros eram “vegan”, mas o conceito conquistou comedores de carne.
Ainda que muitos dos “freegan” pioneiros sejam “vegan”, o conceito conquistou Nelson e muitos outros comedores de carne como ela, que não querem depender de empresas que eles consideram que delapidam os recursos naturais, prejudicam o ambiente e beneficiam de práticas laborais injustas.
“0 que nós fazemos é, de facto, socialmente inaceitável”, diz Nelson. “Nem toda a gente vai fazer isto, mas esperamos que leve algumas pessoas a esforçar-se um pouco e a reduzir os seus consumos”.
Nelson costumava gastar mais de cem mil dólares (72.000 euros) por ano em alimentos, vestuário, livros, transportes e na sua hipoteca de um apartamento de três divisões em Greenwich Village. Agora, vive das suas poupanças, faz trabalho voluntário em vez de trabalho remunerado e recolhe comida nos caixotes em vez de fazer compras em supermercados. Condimenta a salada com sementes que colhe nos quintais dos vizinhos, congela as “bagels” e a sopa que encontra no lixo para os fazer durar mais e vendeu o seu apartamento de três divisões para comprar outra mais pequeno, Brooklyn, a uma hora de bicicleta de Manhattan. As suas despesas anuais somam agora 25.000 dólares (18.000 euros). “Tinha umas 40 camisas só para usar no trabalho”, diz Nelson, enquanto beberica um chá quente com folhas de hortelã e estévia — uma planta com propriedades edulcorantes que colheu numa horta comunitária. Abana a cabeça com incredulidade: “Quarenta camisas... Só para o trabalho!”.
Apesar de a reutilização de roupas e de móveis não chocar a maior parte das pessoas, rebuscar no meio de montes de lixo em busca de comida pode ser impensável para muitos. Esta noite, Nelson e o seu amigo “freegan” Adam Weissman organizam uma visita guiada ao lixo de Nova lorque. O grupo inclui quarenta recolectores novatos e veteranos, entre os quais estudantes universitários, um professor de liceu, um taxista e um antigo banqueiro de investimentos. Um veterano distribui luvas de plástico. Um empregado de um supermercado D’Agostino, em plena Manhattan, acaba de pôr o lixo na rua. Os sacos de plástico transparentes que se alinham no passeio marcado pelas manchas de pastilha elástica estão cheios a abarrotar de pêssegos tocados beringelas descoloridas, “bagels” do dia anterior cobertos de sementes de papoila e delícias do mar. Cuidadosamente, para não rasgar os sacos - o que iria espalhar o seu conteúdo no passeio e enfurecer os donos das lojas — alguns dos elementos do grupo desatam os nós dos sacos e começam a rebuscar o lixo com as mãos nuas. O aroma doce-amargo de coentros, bananas e pão espalha-se pelo ar. Duas empregadas de uma loja de pintura de unhas, ali mesmo ao lado, saem para a rua e ficam a olhar o grupo. Alguns dos novatos afastam-se, com um ar envergonhado. “A única coisa que digo ás pessoas que nunca abriram um saco de lixo, para as encorajar, é que experimentem”, diz Nelson. “Avancem”. Alguns começam a encher mochilas e sacos de plástico com comida que parece em perfeito estado de conservação: alfaces, frascos de molho, pacotes de salada com rebentos de rucola, abacates, maçãs verdes e vermelhas, maçarocas de milho — meras migalhas no meio das 23.000 toneladas de comida que os novaiorquinos atiram para o lixo por ano.
“Uau! Alguém encontrou o leite de soja!”, diz Cindy Rosin, 31 anos, uma designer gráfica “freelancer”. “Grande achado.” Dois homens vestidos com elegantes calças pretas, camisas abotoadas e sapatos impecavelmente engraxados aproximam-se do grupo. “Desculpem, mas o que é isto?” diz um deles. ‘É a justiça popular aplicada aos legumes?” “É super-consumismo”, reaponde Gracie Janove, 19 anos, uma estudante de antropologia com um pendente em forma decrescente pendurado de um fio à volta do pescoço. Janove, que mergulhou no seu primeiro contentor de lixo durante uma viagem a França, costuma vasculhar olho das padarias de Nova lorque em busca de bolos e o lixo de mercearias para se abastecer de fruta. D’Agostino’s, TraderJoe’s e Whole Foods — as lojas cujos contentores são mais frequentados pelos ‘freegan” — dão os alimentos comestíveis a que já não querem comercializar a organizações que preparam refeições para os pobres, segundo nos disseram os seus porta-vozes. Mas tanto os “freegans” como os especialistas de alimentação dizem que uma grande quantidade de comida em boas condições vai parar ao lixo. E as empresas mais pequenas muitas vezes não têm acordos com bancos de alimentos e não se querem dar ao trabalho de fazer doações. “Encontrámos latas de conservas e massa em embalagens fechadas”, diz Nelson, que há poucos dias encontrou pilhas de salsa, alface, cebolas e até uma planta no seu vaso num caixote de lixo de uma loja Whole Foods. Às vezes uma loja não vende um alimento porque houve um erro no seu processamento, porque não tem a cor ou a forma certa e não porque ele não esteja em perfeitas condições para ser consumido, diz Beth Osborne Daponte, uma experiente investigadora do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade de Yale, que trabalhou na campanha Hunger io America em 2006. A Agência de Protecção Ambiental dos EUA (EPA) estima que os americanos produzem 245 milhões de toneladas de lixo por ano e que cerca de 12 por cento dele é comida. Muita da comida que as lojas atiram para o lixo no fim do seu prazo de validade ainda está em condições de ser consumida. “É um facto que não devíamos desperdiçar tanto como desperdiçamos”, diz Daponte. ”Mas para mergulhar num contentor é preciso estar disposto a correr um risco. Muita da comida pode estar óptima, mas alguma pode estar contaminada”. Os responsáveis dos supermercados dizem por seu lado que a comida encontrada nos seus caixotes de lixo não deve ser consumida. “Os alimentos que deitamos fora são os que não são comestíveis nem são seguros para doar”, diz Aahley Hawkmns, porta-voz da Whole Foods. Mas os critérios de uma loja quanto àquilo que é ou não comestível podem ser irrealistas, diz Weisaman, que dá um exemplo; uma pessoa em casa não deita fora urna banana só porque tem umas manchas castanhas. Enquanto Nelson e Weissman orientam o grupo até à sua próxima paragem desta excursão pelo lixo, um empregado da D’Agostino’s põe na rua um enorme saco de bagels. Os experientes “freegans’ olham para o saco mas nem sequer param. Em vez disso, conduzem o grupo para a Daniel’s Ragela, do outro lado da rua, que ganhou recentemente o galardão de melhor loja de bagels de Nova Iorque numa votação online. “Somos muito exigentes,” diz Oeirdre Rennert, que prefere não dizer onde trabalha devido ao estigma associado à sua actividade respigadora.
Daniel’s fechou às 21h00 e à frente da loja alinham-se urna série de sacos de lixo pretos. O grupo fareja e apalpa os sacos. Abrem aqueles cujo conteúdo está mais macio e que cheiram a pão acabado de cozer. Há quilos de bagels: de cebola, canela e passas, sésamo... “Às vezes encontramos um saco que temos restos de café misturados com os bagels”, explica Rosin. “Quando eles são simpáticos, separam- nos”Nelson põe de lado dois sacos de bagels para congelar quando chegar a casa. Algumas portas mais abaixo, no pátio exterior de um restaurante elegante, os clientes apreciam um copo de vinho, ignorando os exploradores de comida, enquanto os empregados levantam os pratos meios cheios de massa e salada. Desde que mudou o seu estilo de vida, Nelson aprendeu de quantas coisas pode prescindir. Ainda compra papel higiénico e comida para os seus dois gatos, mas não compra roupa há três anos. Nem entra num supermercado para comprar ovos, legumes, fruta, pão ou café. O seu apartamento está quase todo mobilado com restos da sua antiga vida - um sofá com o tecido algo gasto, uma cuidada colecção de livros — e está decorado com algumas coisas que encontrou no lixo: uma cadeira, um móvel para CD, um tapete, a cabeceira da cama. Os móveis da cozinha estão cheios de comida que não lhe custaram nada: bolos instantâneos, recheio para peru, molho de caril, arroz doce.
O congelador tem pão de aveia, sorvete de lima e de pepino, sopa de tomate e manjericão e bagels. Foi tudo encontrado no lixo. “Isto não é como a carruagem da Gata BorraIheira. Não é porque já passam dois ou três dias do prazo de validade que se vai tudo transformar em abóboras”, diz ela. No ano passado, Nelson perguntou à sua família se não se importava que ela fizesse o jantar do Dia de Acção de Graças com comida recuperada. A príncipio acharam a ideia estranha, mas acabaram por aceitar e por gozar de um elaborado festim. Nelson adorava passear pelos grandes armazéns e comprar livros e sapatos. Agora experimenta a mesma satisfação ao encontrar 20 frangos assados temperados com alecrim num contentor da Gourmet Garage ou enquanto conversa com amigos durante um almoço feito com lixo. E nunca foi tão feliz.•



Exclusivo PÚBLICO/Los Angeles Times



"Nelson ainda faz compras: papel higiénico e comida - para os seus dois gatos (...)"




domingo, março 02, 2008

Exposição no TMG- Actores Urbanos

Nada mais nada menos que uma Teoria de Planeta Terra como Aquário em que nós sendo o peixe que nele subsiste, vamos sendo soterrados com pedras. Os Actores Urbanos são nada mais do que nós humanos, que devendo lutar pelo bem do nosso Habitat fazemos tudo menos isso, indo no caminho oposto. Somos apenas Actores, trabalhamos numa ilusão.

















22/02/2008 Uma das vezes em Lix

Exposição de Leonor Antunes (Chiado 8)


























Café do Museu do Chiado:






Alguns quadros da Lisboa Arte:





























A Brasileira!






Uma das minhas estações preferidas de Metro (Arte Nova):



Poiso de Final de Dia:

29/2/2008

Há momentos de confusão.
Há momentos que me parece ser linear, tendo simultaneamente situações de picos que me apaziguam, sendo o conjunto uma mistura bombástica de felicidade.
Nestes últimos dias, a minha saúde não me sorri, e embora tente levar tudo com calma a fisiologia não deixa.
Tento há quantos dias retirar a emoção transborda das coisas, das ideias incoerentes em mim. Tento fugir do caos que já experimentei, e que por pouco não me levou a realidade de vez.
Vou mais uma vez para Lisboa, espero para bem de tudo que esta névoa passe enquanto as veias da cidade ocupam o meu espaço mental no seu timing apertado, enquanto perco o meu corpo em passos largos e tudo se vai desenrolando num trepidar do metro que fica em memória.

1/3/2008

Toda a tempestade pode ter fim, mas não se conhece o fim do que ela arrasta.
Mal ou bem o fim de semana em Lisboa passou, e apesar de algum susto durante a estadia, à tarde tudo parecia desfazer-se em concentração e espertina, que embora não a 100% já eram mais que bem vindas.
As confusões nascem de fragilidades, psicológicas ou biológicas, mas o importante é controlá-las, mais do que lhes atribuir origem.