sexta-feira, outubro 29, 2010

Mais um dia “In”…diferente de mim

 ( ...uma personagem de um filme, coloquei-a a viajar ao meu lado num comboio.
O que vai acontecer?)


Estação do Oriente? Num dia frio, avanço com calma e trepidante.
Sol clemente, sempre com pressa de ir a poente, buscar o mistério de um outro lado de uma bola veemente em amores…dissabores…conveniências…ardências…rancores…complacências. 19:30…Tons de verde alface ardente como se o sol tivesse sido quente, que fizesse brotar cor a partir de si…findo com enlace em dois lugares no comboio… começasse.
Nas esquinas, uma pessoa em cada par de cadeiras…umas feias outras não, embora digam que em Portugal, bonitos, não faltarão!
Olho novamente. Penso. E se toda a gente de repente, saísse do seu largo lugar e ocupasse as cadeiras vagas, mesmo que ao lado não estivesse o seu par? E se houvessem professores no comboio? Sentar-se-iam, a jeito de quem recomenda, ordeiramente, em lugares com ocupação lateral? Sem mal, não esquecendo assim a sua moral.
Esqueço.
Estará a minha colega em casa a olhar a parede Azul cor de vómito alcoólico…mal pintada…no meu quarto, com roupa espalhada, desdenhando, como quem não quisesse nada? A Fumar. Num dia para si assim bucólico.
Ao meu lado, “sui generis”, vestida com cores tiradas de um quadro de Matisse, com expressão surreal de um quadro de Chrico. E eu. Como saída de um quadro matérico. Ossos, carne e nada.
19:45. Dá-me um sorriso. Nome? Amélie. Insegura mas compenetrada em si, relembra a sua infância com as cores da sua roupa, num visível passado de insegurança mas de lembrança cor-de- rosa…E foi assim, que reencontrei o cuidar de mim. E dela?...que nem a boca abri! …Quem cuidará?

sexta-feira, outubro 22, 2010

Fama enclausurada
(Diálogo entre Jorge Palma e o Super Homem, num elevador)


“Eu não sei bem quem tu és”
Não me pises os pés
Estamos em perigo…



                                                                                    “Olá cá estamos nós”
                                                                                     Sempre apanhei o elevador
                                                                                     Que me levou a parar
                                                                                     A utilizar o que não preciso

“Hoje não vejo o sol
Nem seu reflexo lunar”
“Levas asas nos bolsos”
Por isso te gabas não precisar

                                        
                                                                                      “As redes são passageiras,                           Arquitecturas de fuga”
Se não o encontrasse aqui
Transformava-me em pássaro no ar


“Não sei bem quem tu és…”


Não faça então de conta que sabe…
E não me pise os pés!


(…)

quinta-feira, outubro 21, 2010

Não Simples, que mente.

Simplesmente se devia viver sem que a vaidade nos tirasse esse modo de fazer. Simples. Sem medo.
Causa dessa coisa, à humanidade…Vestida e Crua à procura de algo para subir mais, nem que para isso faça mal ao muito próximo de si.
Para quê condenarem-se à morte ainda em vida? Não são eles mesmos, fingem.
A Tumba destes não terá flores devido aos horrores?
Terá. São esses que prosperam. Os que passam e ultrapassam os demais sem sentimentalismos mais.
Pela simplicidade se alcança a maioridade... que não se vê, mas concretiza a felicidade, mesmo que para isso se julgue a maldade como um bem complementar à verdadeira Natureza do Homem. O viver em Amizade.
Porquê usar máscara?
Esconde o que não se é?
Também…ninguém pediu para ser fora do que lhe pertence.
O que não lhe pertence é roubo à imaginação, sendo esta Cão desobediente, que mais do que aos outros, ao seu dono mente.

segunda-feira, outubro 18, 2010

Uma vez na Covilhã- O PRÉDIO

Sublime!


sexta-feira, outubro 15, 2010

Depressão pelo lado de fora

Nas esquinas do meu quarto
Nas paredes, nas fotografias nelas coladas
Na Mona Lisa despida à porta
Na televisão apagada
Na vela gasta, na electricidade cortada
Neste recanto do quarto onde me deito
Onde sempre quis ter gente sentada
Distraída.
Estou eu aqui denunciando a inércia de mais um dia de depressão, olhando a gaveta onde estão as cápsulas do país das maravilhas, em que acabo sempre descaída

Em passos vagarosos como a pressa que tenho por ti
Dirijo-me à cozinha onde no frigorífico
desligado sobra fruta que no dia anterior surti
já quente, comida num dia demente de chuva
sem raios de luz veemente
depressa este se põe, pois nele fingi que vivia,
de sorriso apagado
mas de coração apaziguado
merecido descanso soterrado
nas ausências dos nadas a que me habituei
E na humidade nocturna, namoro o escuro,
onde no íntimo, sempre vagueei
Devido a uma conta por pagar
Adormecendo pobre mas segura
que quando tudo está contra vontade
é porque anteriormente a consumimos,
mal ou bem,
Em Liberdade.