quarta-feira, setembro 06, 2006

Na outra margem.

Quando avistei ao longe o mar, ali fiquei parada a olhar, e nada fiz para o apanhar. Deixei-o na sua paz ficar e assim acomodada me deixei andar, em vez de aproveitar o subtil e veraneante movimento que me permitia nas suas aguas entrar e finalmente a paz encontrar.
Porque ignorar assim uma oportunidade que entra de rompante pela porta, só pela preguiça, ou quem sabe cansaço, de esticar um braço para a apanhar. Cansei-me. Cansei-me de mim de vez. Não me tolero. Nem me suporto. Espreita-me mais um ano de submissão ao trabalho, sem espaço para me olhar, e finalmente me namorar. Admiro e desejo o Narcisismo, que em mim se desfaz em egocentrismo, e todo um carisma perde, o carisma de quem com coragem ama.
Quando acabarei isto?
Receio a onda de meses gélidos de desinteresse e de perversa banalidade, que invadem um eu que morre a cada passo de rotina.
Espero com mais ancia do que aquela que já me consome por não encontrar um rumo, que encontre um caminho finalmente por estes últimos dias.

Bem haja caramba!

TENHO MEDO DO ESCURO! TENHO MEDO DOS FANTASMAS DA MINHA VOZ!





Estará após este descer das escadas que me assusta uma resposta?

1 comentário:

Anónimo disse...

A vida é sempre um caminhar no escuro e só se compreende olhando para trás, mas só se vive olhando para a frente.