segunda-feira, fevereiro 27, 2006


Dia 24 de Fevereiro...
Deu-se um pulo a Lisboa, a título de passeio consumista, que na véspera do qual se ouviu na Antena 1 que inaugurava no CCB uma exposição de Frida Kahlo, famosa pintora mexicana, pela obra transbordante de sofrimento físico e psíquico, e pela transparência de força e carácter que esta pintora possuía. Aborreceu-me a escassez de obras expostas, e surpreendeu-me a ingénua técnica pictórica utilizada, da qual as legendas também faziam referência, mas não me espanta...pois a aventura de Frida começou como uma grandiosa escapatória ao sofrimento e aos dias trancada na cama, desenvolvendo trabalho após trabalho, sem escola.
Julgo que esta exposição estará aberta ao público até Maio.
O passeio tem término com o filme Memórias de uma Gueixa, no Colombo, o qual, talvez pelo bonito cartaz e pela existência da história em livro, me criou grandes expectativas, que acabaram por não ser totalmente satisfeitas.
Até breve


Dia 18 De Fevereiro...
Bater em portas nem sempre é acompanhado de um receptivo Bom dia, mas nesse aspecto não tenho tido razão de queixa. Neste dia foi a inauguração da XI bienal para jovens e principiantes da Galeria Capitel em Leiria, minha quarta exposição colectiva.
Fiz-me acompanhar da minha sombra, e lá encontrei o pequeno espaço apinhado de gente (o que estava fora das minhas expectativas), e o dono da mesma confraternizando com pessoas da sua casa etária (perto dos 70 anos) que faziam a maioria. O dono da galeria, distraído, embora muito simpático, surpreendeu-me não só pela sua letra quase ilegível, raro aspecto para a sua geração, da qual se pode generalizar que esta tem a caligrafia trabalhada ou ingénua, sendo de deduzir que tenha sido moldada por duas hipóteses: por fartura de papel a ser escrito, ou por necessidade académica, o que não deixa de despertar curiosidade em mim, mais uma vez frustrada devido à minha timidez, e falta de lábia, mas surprendeu-me sobretudo por ter colocado quadros abstratos na montra, o que não muito regular tendo em conta a sua geração, a qual confirma o seu generalizado gosto pela compra de quadros totalmente naturalistas, pois só foram vendidos Naturalismo ou "baratismo".
A exposição estará patente até dia 3 de Março.

terça-feira, fevereiro 21, 2006



Quarto

Suporte em madeira com dentes que o afastam da parede, acrilico s/ tela, espuma acrilica, cordão azul.

08/2005






Traduz a forma como sinto o meu quarto (também não me lembro de como era dentro do útero...), este trabalho predistinou-se para a entrada daquele, um pouco à semelhança do nome da pessoa, a quem pertence, colocado na verga da porta.

domingo, fevereiro 19, 2006



"Nós e a fama"

Triptico

Acrilico s/tela

220x140 cm

07/2005

Foi quase um plágio...



Paz

Acrilico s/tela

100x60cm

08/2005

Trata-se de uma homenagem ao sagrado feminino, traduzida pelos ramos do Salgueiro e pelas suas raízes que descem para se alimentar, numa paisagem ténue que evoca descontração.



"Merda"
Técnica mista
73x93 cm
05/2003 (finais)
Feito em 20 minutos

Trabalho que me traz boas recodações de tardes escolares que o tempo armazenou num dossier ainda não etiquetado, pois espera-se, por enquanto, que o papel reciclado seque para que se possa dar novo uso às recordações que não foram apagadas apesar da sua transformação.
Lembro-me com prazer desta tarde em que tinha de entregar um trabalho sobre textura e não tinha ainda feito nada, alertando-me a urgência de ser o último dia de aulas. A pressa depressa se transfomou em entuasiasmo não pelos resultados que ia obtendo, mas pelos salpicos que se iam instalando nos corpos dos meus colegas de 11ºano (aulas conjuntas, pois eu era a única aluna de 12º).
O nome do quadro deve-seao desagrado do professor.

sábado, fevereiro 11, 2006


Controlo
Acrilico s/tela
60x50 cm
07/2002


“Geometria Descritiva: Há uma relação inversa de controlo das mãos pela perseguição da imagem. Tudo se desenvolve em volta do pêndulo equilátero e dos seus ângulos irmãos, assentando este sobre o eixo de "x"(linha do horizonte) onde o polegar o toca. “
Nazaré
Acrilico sobre madeira
10/2002

Ilusão
Técnica mista
02/2003

“Começado com uma intenção e "acabado" com outra, possui uma enorme instabilidade, fruto de um corte emotivo repentino....falta-lhe muita coisa. “

Cabeça Rebentada
Técnica mista
08/2002

“(...) segredo: A pintura esconde outra por trás, o jornal é o Blitz e a tinta ...acrilica) “

Grande Angular II
Acrilico s/tela
80x120 cm
12/2002

“Representa uma divisão "da" casa...minha. Outra fixação da "emulsão de sais de prata" ...(não ...nada tenho de filme..) “
Grande Angular I
Acrilico s/tela
80x100 cm
09/2002

“Inspiração em "elementos" da obra de Wassily Kandinsky, compondo eu depois com temática e organização distintas. Realização: Verão 2002. Representa uma divisão "da" casa...minha. Isto é o que a minha "emulsão de sais de prata" permitiu fixar. “

terça-feira, fevereiro 07, 2006


Museu do Crescimento Ilimitado…

Le Corbusier recebeu uma formação moral que acentuava os contrastes entre o bem e o mal, como no preto e no branco. Esta atitude mental influenciou-o no sentido da dialéctica presente na sua obra, que traduz linhas simples e pragmatismo.
Assim na obra estudada Museu do Crescimento Ilimitado aplica uma linguagem que foge a qualquer tipo de compromisso com a envolvente, criando uma arquitectura que vive de si mesma, notando-se aqui a subjacente filosofia dos contrastes que referi.
O próprio nome da obra conta-nos logo como será a sua conformação, sendo levado o visitante a ter uma sensação de crescimento, dada através não só do percurso interno em espiral, como também através do quinto alçado (cobertura) para quem a observa dos céus. A cobertura está em conformidade com o interior, constituindo uma só espiral.
O signífero desta construção é acentuado pelo jogo de luz genialmente programado pelo arquitecto, que se revela quando se percorre galeria a galeria observando-se sempre a mesma configuração espacial dada pelas janelas em fita e pelos corredores uniformes e crescentes que se repetem galeria a galeria, sendo esta insistente utilização o apogeu da unicidade e geometrização do espaço da obra. Quem estiver então no interior deverá ter a sensação que não avançou nem um passo desde a primeira galeria, sendo utilizada a dicotomia de um labirinto clareza/confusão, que faz com que o interior ganhe vida, no sentido em que a simplicidade extrema, através de um jogo de espaço, desperta atenção e entusiasmo.
Le Corbusier nesta obra põe também em prática a construção sobre pilotis libertando o terreno do seu inteiro compromisso de sustentação, permitindo assim uma utilização do piso térreo mais a par de uma modernização urbana, onde se propunha libertar o terreno para circulação e para o automóvel, ou garantia a independência das características particulares de cada terreno, permitindo que a construção se acomodasse às circunstâncias geográficas.
Um dos pontos que caracteriza a genialidade deste projecto é a geometria que esteve na base da sua feitura. A partir de um quadrado (unidade base) de 7x7m, o projecto cresce em espiral, sendo o coração desta construção quatro unidades base. Esta geometria mostra-nos como a partir de algo tão simples e puro como um quadrado é possível fazer Arquitectura tão forte, cheia de vida e carácter.
Reforçando a conformação interna da obra, estão as fachadas simultaneamente simples e ritmadas, separando-nos de qualquer monotonia, apesar da simples concretização que constitui.
Este trabalho foi elaborado no contexto da disciplina de Projecto I durante o 1º semestre de 05/2006, quando foram destribuídos vários projectos em sorteio. Como partes constituintes deste exercício foram lançadas várias etapas as quais enumero: uma pesquisa, em que se procuraram elementos como cortes plantas e alçados do projecto, na qual eu não encontrei mais que fotos de uma maquete, pois o projecto nunca foi concretizado, servindo no entanto de modelo para um outro que foi feito na Índia (Museu de Ahmedabad) pelo mesmo autor; análise do projecto em que tivemos de redesenhar toda a obra em mútipla projecção ortogonal; análise compositiva, em que se procurou a lógica projectual subjacente à obra como taxia, genera e symmetria; realização da maquette; por último foi-nos pedida uma contextualização que não era mais de que uma "esticada" memória descritiva, e uma apresentação oral síntese de todo o projecto que nos coube.
Devo dizer que estou pelos cabelos com este trabalho...

domingo, fevereiro 05, 2006



Ora aqui está! O dia em que fui amaldiçoada pelo Faraó. (Faz dois anos)

Esta viagem foi longa física e psiquicamente para mim. Não pelas bonitas imagens que tive a oportunidade de ver e não saboreei, de tocar...e sentei, mas pelas longas horas de pensamentos profanos que me levaram mais longe do que queria ir. Uma recordação que agora olho com optimismo, como obstáculo que saltei, pois consegui recuperar um tom lilás de ver a vida. Ei-de lá voltar à procura do cor-de-rosa...

sábado, fevereiro 04, 2006




Espectacular! Oscar Niemeyer






























Em busca do sabor...

A dieta enlouquece-me, a tal ponto que ultrapasso barreiras como a "estremunhação" (sono mal curado) e corro para um ambiente (o Arco) que se faz sentir familiar, numa aura já anterior à minha primeira presença, e peço um pecaminoso café cheio (saborosamente Buondi), com o já instituido adoçante.

A geometria abre-me um beco para fugas, coisa recente, pois até aqui esta divertia-me e não precisava de códigos de moral e outros que tal para encará-la com mais descontração.

A minha ignorância que começa nos referidos códigos e acaba nos efeitos benéficos do café, porpocionou-me hoje uns capítulos agradáveis de leitura, em que reforço a minha determinação em limpar os vestígios da água baptismal, que aos oito anos insisti em experimentar, pois até ter esse desejo, julgava que a água que corria nas torneiras lá de casa bastavam para me inseir com digninade na mini sociedade que então pertencia, e que me fez sentir fora do rebanho, mas sobretudo com uma curiosidade infantil, maior do que a que se liga com o funcionamento de uns novos acessórios da barbie.

Apesar da vontade, não consigo alcançar auto determinação suficiente, para abraçar outra filosofia, continuando a comportar-me como Eva no Jardim do Éden, redendo-me às tentações e esquecendo por completo do cheiro que o perfume Éden da cacharel já tem, não precisando de mais artíficios, dando assim força à política do Catolicismo, de que Eva não é mais do que uma Branca de Neve à espera que algo aconteça para acordar do sono e apatia.

Gostava de ser uma Maria Madalena como a Pequena Sereia, e ter coragem para avançar no oposto e desconhecido, esquecendo a cor ruiva dos cabelos, à qual obdeço inconscientemente e me fazem parar a meio caminho de qualquer meta, de tão embaraçados que estão.