Centro de Artes e Espectáculos
Trabalho Final da disciplina de Desenho Urbano
Na criação deste projecto arquitectónico, teve-se em consideração a malha urbana da cidade em estudo, sendo uma cidade cuja topografia é marcada por declives e vales acentuados que formam a Covilhã. Observadas as condicionantes e as realidades do local, obteve-se um conjunto edificado que surge no terreno de forma natural, com o objectivo de enquadra-lo na paisagem, acabando por enterra-lo mas não na sua totalidade, permitindo que os transeuntes andem por cima dos edifícios, e quem está dentro deles contemple o exterior, como quem está fora observa o interior, havendo maior dinamismo entre interior/exterior, através da cobertura em vidro que resiste ao peso. Esta ideia de enterrar o edifício, tende a valorizar esta margem sul da Cidade da Covilhã, que na década dos anos 60, era uma zona rural, tipicamente destinada à agricultura, em que no seu redor existiam apenas pequenas propriedades rurais ou terrenos baldios.
Actualmente, as construções projectadas nestes espaços da Zona da A.N.I.L, são construções de habitação em altura, que surgem geralmente de forma descontínua em relação ao crescimento urbano, atendendo que o centro histórico da cidade encontra-se na encosta da Serra da Estrela.
Assim, tendo em conta o passado desta área de intervenção, optou-se por criar um conjunto edificado que se auto enaltece através da forma orgânica, que se liga com a intenção de se criar um jardim emergente de formas circulares que privilegiam a circulação dos utentes, e um melhor desfrute das actividades dentro dos espaços, já que de todos os ângulos se consegue abranger o espaço na totalidade. A malha subjacente à criação global deste projecto, baseia-se em dois grandes círculos que contêm as áreas que se pode e que se pretende intervir, na intersecção dos dois círculos surge um menor, que se espelha para ambas laterais, o restante espaço é ocupado por círculos menores que vão tendo formas cada vez mais pequenas e simétricas em relação aos círculos espelhados através do circulo da intersecção dos dois círculos maiores. O desenho não é totalmente simétrico entre si, pois o tamanho dos círculos varia com os limites da possibilidade da intervenção, daí ter áreas diferentes cada edifício; atenua-se a diferença entre o conjunto nas duas maiores delimitações através de um jogo de simetria dentro o corpo de cada circulo. Pretendeu-se que o desenho final do jardim estivesse ligado ao tema Artes e Espectáculos, então sugere-se através da forma uma paleta de pintura dada pelo relvado, conseguindo-se uma forma mais definida desta, também através dos encontros das formas circulares do traçado regulador, em que os círculos são as diversas tintas utilizadas no acto de pintura. As maiores são as cores primárias as menores cores secundárias que derivam da mistura das cores “de maior tamanho”.
É uma forma de preservar a sua antiga imagem, reproduzindo espaços verdes com vista a melhorar a qualidade de vida dos habitantes da cidade.
É desta forma recuperada uma história ligando-a às limitações existentes no espaço de intervenção. Pretende-se fazer uma adequação entre a arquitectura e a paisagem, de modo a contemplar a envolvente mas de uma forma discreta, e de suprimir o vazio cultural na Covilhã, criando-se um Centro de Artes e Espectáculos, que dá apoio também às áreas artísticas presentes na Universidade.
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