sexta-feira, novembro 05, 2010

Luto.



Num museu obscuro há um pequeno quadro.

Para encontrá-lo, é necessário ter os olhos vendados. Sentir. Pisar o chão polido, lavado por um homem de cabelo, olhos e pele escura, e não escorregar.

Cegos pela escuridão estão um escritor deslumbrado, um professor de educação física resignado e perdido nos seus sentimentos, e um jogador de futebol profissional à procura de alguma cultura, sem nenhuma luz prévia que, uma vez na escuridão, abra portas às suas pretensões.

Num instante todos se tocam…e nenhum se invade do seu ofício…na apresentação. Perdidos em imagens que se lhes apresentam, vindas do Museu dos Sonhos, habitado por criaturas que são o reflexo deles.

Na invicta escuridão, um estrondo se sobrepõem aos três visitantes…e o quadro desaparece…fora destruído.

É então que os três diferentes seres e viveres se dispersam das suas amarguras, e se deixam levar pelas suas convictas imagens. Despedem-se.

Qual o Título do Quadro? Frustração.

Resta-lhes a sua essência e vibração profundas…

Pelo encontro se desfaz o dissabor do que nos leva à dispersão…

1 comentário:

PédeVento disse...

Bem actual este tema. Aliás sempre actual e nos dias que correm muito mais… Vivemos momentos de frustrações internas e externas.
A falta de confiança em si próprios e o medo de situações sociais, que impedem muitas pessoas de alcáçar facilmente as suas metas, são os principais factores das frustrações internas. A falta de dinheiro e as contrariedades vividas no dia-a-dia, levam com facilidade às frustrações externas.
Ambas contribuem cada vez mais para os comportamentos por vezes infantis dos adultos, tentando a todo o custo comover ou sensibilizar os outros, através das emoções, numa trama em que só eles saem lesados.