sábado, junho 05, 2010

Canção do Avô

Não sei como dizer. Ficará o não dito pelo dito.
Nas suas reminiscências passadas, vivem com mais sensatez, num corpo que já não é seu, o curto efémero num escangalhado de breu.
São mas não podem, querem mas não sonham...eléctricos em cadência, aos quais a decandência não rouba vivência, ainda que pacata e não segura no seu mais puro auge de compreensão, engenho, e desprezo pela amargura.
Ficarão, sós ou não, até que algo os rebaixe à sua condição, ínfima força da lembrança leva-os na memória dos que ficarão, até que estes sucumbam, por sua vez, com desagrado, ou até não. 


                                                    

1 comentário:

Pé de Vento disse...

Pois é, à medida que a velhice se vai acentuando, com a aquisição gradual das incapacidades, é doloroso observar que embora com grande sabedoria e emoções bem definidas, os nossos familiares mais velhos sofrem, porque a sua mente é mais rápida que o seu corpo.