Sinto-me dissonante,
A cada dia que passa.
Tempo corre, sem volta e traz um futuro só com casca, de noz
estragada.
Toco piano sem semi tons. De folha branca em frente. E continuo
a insistir no improviso, sem dó. E com ridícula piedade, sendo ela o tom que me
permite continuar o caminho sem aumentar, por mim, o valor do meu dia a dia.
Nem boas nem más noticias. VAZIO.
Sinto-me enganada. Pelas teclas que correm dia após dia,
pelas palavras repetidas, ouvidas e possivelmente não sentidas. Pela inexistência
do tempo, e pelo conteúdo rico que este fantasma sempre apaga.
Sinto-me em dó sustenido. Quase ré dos meus próprios sonhos.