Tendo em conta os requisitos impostos o que se procurou foi cumprir um programa, que se expõe pela tipologia complexo residencial, onde parti em busca da sua forma de concretização mais simples e lúdica, indo ao encontro do sonho de criança – uma casa suspensa na árvore, visto o alvo ser o público jovem. Permitindo-se uma estadia descontraída, paisagisticamente enquadrada com a flora envolvente a plantar e a fauna que poderá aderir posteriormente.
Modelei o terreno por forma a encontrar uma área plana suficiente à estadia e encontro de utentes ao ar livre e onde se implantaram os dois edifícios de serviços colectivos. Na periferia dessa plataforma o declive existente do terreno e a vegetação aí proposta criam a noção de parque/jardim onde plantei, suspensas, unidades individuais de habitação numa tentativa de “perfeita” simbiose com a composição arbórea.
As unidades de habitação individuais foram concebidas, mantendo a interioridade e privacidade, criando-se no interior uma ligação tubular /cilíndrica em vidro para a “árvore da casa” sendo este cilindro uma fonte de luz indirecta e uma chaminé de ventilação térmica.
As unidades de casa de banho são separadas das habitações, porque tendo de servir o objectivo estratégico a mais do que uma habitação aparecem desagregadas destas, apelando ao sentido de jovialidade e de diversão na ida “à casinha”; mas também porque se pretendeu controlar a proporções e volume de construção das habitações. Tudo isto, módulos de habitação e módulos de sanitários se interligam por passadiços em madeira cujo percurso será feito ao nível da vegetação de muito do arvoredo envolvente, transferindo para o utente a sensação de uma vida em sintonia com a natureza. Estes passadiços dos diversos núcleos de habitação desaguam todos na plataforma central onde se encontram os edifícios de serviços comuns.
Assim pretendi que a residência de estudantes se configure como um parque urbano de recreio agilizando-se assim, o trabalho e o ambiente de desafio e estudo com que os jovens estudantes sempre se confrontam. A opção pela madeira como elemento estrutural da envolvente externa dos edifícios pretende assim materialmente realizar melhor o enquadramento global; os perfis laminados de aço são os elementos de rigidez necessária à estruturação das habitações e à sua elevação aérea.
De construção fácil e de baixo custo, este projecto é sempre passível de ajustamentos ou ampliações, visto o desmembramento em unidades repetidas de fácil construção, dado que os materiais com estrutura em perfis de aço laminados, e perfis de madeira, permite uma edificação modular de construção rápida e económica, com características de produção industrial, em série de acordo com as tendências futuras da indústria de construção civil.
Enfim, pode não ser um grande projecto, mas é o meu lugar de sonho para viver na Covilhã enquanto estudante.