quinta-feira, outubro 26, 2006

One Love
"Lia’s statement is a good example. Gosto muito de dizer que Arquitectura para mim é uma questão de inconsciência e acaso, não de gosto, e que todo o meu presente é devido ao destino, não à justiça, no sentido popular do termo.
A very interesting remark and a good starting point for us to discuss: It touches quite an actual and essential issue of human factor of architecture. I share some of these fears about too rigid and technocratic features that we may observe in many of the recent realizations of modern architecture around the world. It would be good to remember about it - and avoid! - in the process of our course of architectural design. That is why, for example, in exercise 2 we base the concept of the design on broad areas of culture and seek ways of their transformation in an artistic way. We must keep in mind that architecture should carry a meaningful message which appeals to our knowledge and imagination, thoughts and emotions, making a piece of architecture both livable and lovable.
In our course, we try to look at architecture as a culmination and synthesis of all forms of arts. Such architecture unites sculpture, painting, and engraving as well as drama, music and dance - a vital synthesis of all the arts working in harmonious cooperation. Only when composed into one specific building, they are able to awake us to our individuality and task in life.
It also turn our thoughts to the Anthroposophy and its influence on Architecture. Putting Anthroposophy-in-Architecture into just a few words, we might say that in the beginning a house was created through an observation of a human body. A symbolic design, almost like a drawing of a child: 2 windows like human eyes, a door as a channel of communication that let people and things in-and-out (just like human mouth), and a chimney – nostrils of a building. However, there is one important difference – the walls of our house are usually straight and rigid, made of hard materials, and organized by straight angles. A human body is soft and mostly made of floating lines (probably with not a single place where you could draw an angle of 90° or 45°). Perhaps this is what makes this gap between our inner and outer space? Some architects tried this gap to disappear. Antroposophical Architecture was invented to search these areas. How to organize a building the same way as human body is made? What to do to make a building breathe, warm up-and-cool down, to be self-sufficient in terms of temperature and air ventilation etc.
An interesting question remains: why buildings which follow such soft lines – like those made by F. Gerhy, for example – are not warm and human-like? What do you think?
by Prof.Jacek Krenz
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Teacher:

In first place, I would like to thank you for exposing an argument that was said by me in an uncompromised way. When I say that architecture to me is a question of unconsciousness and random, I have in mind that everything in man is a way for himself to relieve his emotiveness that by its excess is a weight on their shoulders, this random and unconsciousness work came from a being, although rational, with a bit of caution of its feelings, no matter how much thought is put into it, like the phrase “love has reasons that reason itself doesn’t know” and as everything ends up being a victim in love (being hatefulness also a form of love, therefore belonging to the same scale of feelings, being its opposite) architecture also enlaces itself in this confused human perplexity.
So this isn’t being afraid "of the too strict characteristics that we can find in modern architecture", but on the contrary, for everything what is correct, the contrary is equally valid, and part of the extremes are from the unconciousness, of course, always with the excuse of the experimentation…like in love.
In exercise two there is something interesting, that isn’t strange to me, although we didn’t apply that method of "apparition" of a project, I have already applied it in another university that I was in previously, and I can say that I had a lot of fun, and I lament that the pragmatism of the practical life doesn’t give space, most of the times, for the application of more spiritual concepts, I agree with you when you say that architecture is like the synthesis of all arts, therefore we have in mind that a blind man lives architecture by how the space feels, but it stays limited by example in painting or sculpture.
Now answering the question: Why are the F. Gehry buildings not as hot as the human beings although Anthroposophycs?
In my way of seeing things, the organic forms are appellative to an emotional life, and regular and straight forms appeal to calmness, concentration, meditation, and finally rationality, by its sobriety in the representation and stable and lineal apparition. The human being is already by itself a natural chaos of feelings, and today, more and more it searches rationality, and so it prefers strict forms like a square or a rectangle.
I consider that the Anthroposophyc resemblances, of an hypothetical form, are not more than residues of an animal “feel”, that each time is more annoyed, and so, even if it is made, in its enjoyment it will not be well received, and that regular forms appeal more to an objective each time more popular – rationalism - with the aggravating that opposites attract, such as in love, and like in one of the objectives of exercise 2.
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Quando digo que a arquitectura para mim é uma questão de inconsciência e acaso, tenho presente que tudo no homem é um meio para se aliviar da sua emotividade que pela sua excessividade é um peso nos seus ombros, sendo esta obra do acaso e inconsciência vinda de um ser embora algo racional com pouco freio sobre os seus sentidos, por mais que pensados, tal como na frase “O amor tem razões que a própria razão desconhece” e como tudo acaba por ser vitima do amor (sendo o ódio também uma forma de amor, pois pertence á mesma escala do sentir, sendo o seu oposto) a arquitectura também se engloba neste confuso enredo humano.
Ora isto não será ter medo “das características demasiado rígidas que podemos encontrar na arquitectura moderna”, antes pelo contrário, pois para tudo o que é certo, o contrário é igualmente válido, e da inconsciência faz parte os extremos, claro, sempre com a desculpa da experimentação…tal como no amor.
No exercício dois algo interessante se passa, que não me é estranha, pois embora não tivéssemos aplicado esse método de “aparição” de um projecto, já o apliquei noutra universidade em que estive anteriormente, e digo já que me divertia imenso, e lamento o pragmatismo da vida prática não dê espaço na maioria das vezes para aplicação de conceitos mais espirituais, visto concordar consigo que a arquitectura é como uma síntese de todas as artes, pois tenhamos em conta que até um cego vive a arquitectura pelo sentir do espaço, mas fica limitado por exemplo na pintura ou escultura.
Agora respondendo á pergunta: Porquê que os edifícios de F. Gehry não são quentes como o ser humano embora antropomórficos?
A meu ver as formas orgânicas são apelativas a uma vida emotiva, e formas regulares e rectilíneas apelam ao sossego, concentração, meditação, enfim racionalidade, pela sua sobriedade na representação e aparição linear e estável. Ora o ser humano já por si é um caos natural de sentimentos, e hoje, cada vez mais parte em busca da racionalidade, daí que prefira formas rígidas como o quadrado ou rectângulo.
Considero que as semelhanças antropomórficas, de uma forma hipotética, não serão mais do que resíduos de um sentir animal, que cada vez mais é contrariado, e por isso ainda que feito, no seu desfrutar não será bem recebido, e que as formas regulares apelam mais a um objectivo cada vez mais em voga – racionalismo - com a agravante de os opostos se atraírem, tal como no amor, e tal como num dos objectivos do exercício 2.
"The theme of the House"
O tema da casa

As Quatro Estações No exercício 1, tentei expor a pertinência de se usar o Feng Shui numa casa, seja no oriente ou no ocidente, assim como o apliquei na organização interior hipotética da casa em desenvolvimento, descrevendo alguns itens por escrito.
Agora, pede-se que encontremos um conceito para o desenvolvimento da casa em si, e que o transforme-mos no ideograma que irá ser o berço da feitura do projecto. Aqui também respondo com algo ligado ao Feng Shui, embora o conceito em si “As quatro Estações” pudesse ser desenvolvido sem qualquer teoria de apoio, pois é sempre um desafio transformar em espaço o estéreotipo dos quatro climas que se nos impõem ao logo do ano.
Ligando esta tarefa ao Feng Shui, as 4 Estações aparecem ligadas aos 5 elementos que são gerados através da combinação do Yin Yang de acordo com a predominância de uma ou de outra destas forças. Estas energias, ao circularem pelos planos celestiais e terrenos, permitem o equilíbrio das estações do ano nos ses ciclos naturais, imprescindíveis ao crescimento e desenvolvimento de todos os seres vivos no planeta. Para tanto, existem duas leis responsáveis por esta estabilidade que impede que ocorram excessos ou a falta destas energias. São denominadas de Leis da Criação e de Dominação.
O elemento Fogo é gerado pela madeira, como vemos numa fogueira. Ao terminarem as suas chamas, restam apenas as cinzas que alimentam o elemento terra. Esta, por sua vez, alimenta as plantas e árvores, que são o elemento madeira. Este é o ciclo de Criação ou de Geração do 5 Elementos. Será esta ordem que utilizarei na disposição e sequência dos espaços na minha casa, coincidindo esta com a orem natural das 4 estações.

1. Primavera- Madeira- trapezóide
2. Verão- Fogo- triangular
3. Outono-Metal- arredondada
4. Inverno- Água- sinuosa
Será esta a disposição da casa por níveis: crescente e em seguida decrescente, voltando ao início –Primavera. Assim como a sequencia dos espaços, o diagrama é uma junção das formas que correspondem a cada elemento, assim como se localizam nos pontos cardeais correspondentes: Primavera a Este, verão a Sul, Outono a Oeste, e Inverno a Norte.





Este trabalho valeu 16 valores.

domingo, outubro 22, 2006


A Idiota

Ao dar por finda a minha leitura num dado momento da meia noite de ontem, invade-me uma surpresa que era mais por assim se constituir do que pelo facto de onde surgiu. Enfim…agradeço a minha susceptibilidade de olhar para um marcador de livros que diz “Verão 2005” e ficar submersa na nostalgia de um tempo perdido.
Agradeço hoje o facto de viver intensamente os pormenores, coisa que outrora (bem há pouco tempo) me criava tempestades, pois as particularidades mesquinhas estão quase definitivamente trancadas na gaveta. Agradeço lembrar-me exactamente do instante em que apanhava o marcador na Bertrand…”A verdadeira sofisticação que dispensa dobragem de folhas, embora em papelão é gratuita”.
Agradam-me estes últimos dias de fim de semana em que começo a reorganizar a desorganização em que cai ultimamente, e posso afirmar que embora a temesse não transformei isso em ansiedade. Tem-me ido ao gosto “O Idiota” de Fiodor Dostoiévki, que, embora ande a achar que é de um existencialismo suave, que não nos coloca dentro de um “sentir” pretendido com a história, ou narrativa, como Virgílio Ferreira faz, ainda assim é agradável e ilustrativo, até ralaxante e de fácil leitura, o que é de admirar, pois dentro disto não é um exemplo paradigmático do existencialismo que conheço.
Agrada-me agradar-me, enfim, um livro que demorou a começar ser lido pelo desconforto da “diferença” dada pelos nomes das personagens, algo excêntricos para uma portuguesinha sem cultura, até porque esquecendo toda esta dificuldade, identifico-me com a personagem principal, o idiota, não lhe chamando assim, mas simplesmente ingénuo, sendo esta a prova da semelhança…pois cai em defesa.

segunda-feira, outubro 16, 2006

"What makes a House?"
"O que faz uma Casa?"

(fase esquiço)


Já alguma vez considerou que a disposição das mobílias na sua casa ou escritório, as cores das paredes, os materiais utilizados, a posição para onde dorme, a cadeira onde se senta para comer ou trabalhar, podem influenciar positiva ou adversamente todas as áreas da sua vida? Pois bem, os especialistas de Feng Shui dizem que sim e a confirmar os resultados estão empresas como a Body Shop, Aeroporto de Chicago, British Airways, ou Hotel do Chiado em Lisboa (para além de muitas outras) que contrataram técnicos de Feng Shui para melhorar o ambiente de trabalho e aumentar a produtividade e bem estar. O Feng Shui é uma arte originária da China, tem mais de 4000 anos e é usado em todo o Extremo oriente, apesar de existirem teorias semelhantes um pouco por todo o Mundo. Feng Shui significa “vento” e “água” e a teoria que lhe está subjacente é de que todos os espaços têm uma vida, uma “energia” própria que influencia decisivamente os seus habitantes em todos os aspectos da vida. Da mesma forma que um acunputor ou terapeuta de shiatsu detectam no corpo desequilíbrios energéticos específicos que são corrigidos através de agulhas ou manipulação, um praticante de Feng Shui diagnostica os mesmos desequilíbrios num espaço e tenta corrigi-los através do uso apropriado de cores, objectos, disposição de mobília, podendo ir ao mais ínfimo pormenor de um qualquer espaço físico. E é dentro deste espaço de ideias que pretendo desenvolver o meu projecto, com formas e configurações que sejam um paradigma mais próximo possível desta filosofia Assim de uma forma resumida passo a explicar o projecto: Todas a volumetrias se desenvolvem a partir da forma octogonal, que não é mais que a junção da forma redonda que simboliza o Céu, e do quadrado que simboliza a Terra, sendo então a forma ideal para se desenvolver uma casa onde as energias circulem de forma moderada e saudável, não estagnado nos vértices do quadrado, nem tomando velocidade exagerada no circulo. Assim compus a planta com a forma básica de dois octógonos intersectados, surgindo-nos o centro (o coração da casa) com uma forma geométrica também de oito lados, onde as energias correram de forma equilibrada, o que é importante pois é a partir do coração da casa que os resto das dependências se alimentarão. No centro inferior encontra-se a piscina, pois segundo o Feng Shui o elemento Água está relacionado com riqueza e prosperidade, a presença deste elemento é auspiciosa no recolhimento destas bênçãos, estando este facto facilitado pelo posicionamento central desta. Esta zona será de passagem quase que obrigatória por ser simultaneamente o “corredor” da casa e uma zona de lazer por excelência. Este espaço embora central está livre de visitas menos desejadas, conservando a sua vertente intima, uma vez que se pode aceder ao escritório logo à entrada, sem ter de entrar na casa, e a sala de estar, jantar e a cozinha podem ser acedidos por uma escada que nos leva até eles na parte superior da casa, escolhendo-se esta localização por ser mais dada ao lazer, uma vez que podemos desfrutar das vistas no aconchego de um convívio. A escada no extremo oposto á da entrada no interior da casa dispensa a ida até à parte exterior para se subir a estas dependências, sendo um ponto de comodidade.Todas as dependências estão organizadas segundo a filosofia do Feng Shui com o auxílio de um instrumento chamado de Pa Kua ou Ba Gua.


Planta piso 0

Planta piso 1






Maquette:



















Este trabalho valeu 18 valores.

terça-feira, outubro 03, 2006

Hoje.
Deixo cair no chão os restos de um eu em aflição, e nesse afigura-se um reflexo forte em estabilidade, embora com algumas intermitências que me deixam não a medo, e ainda bem, mas em dúvida.
Habita-me agora uma frágil (talvez) força em crescimento e expansão que exala pelos poros em lugar de uma transpiração de insegurança que me invadia e me consumia até às entranhas.
Todo este estado me é novo, não recuperado, e assim talvez conhecido, como julgava que iria ser, e para além de ser novidade, coisa que gosto sempre de saborear, traz consigo uma força motriz que não me surpreende vir a acompanhar.