A Valsa com o Lírio.

Foi um espelho que me mostrou o teu reflexo mais verdadeiro. A partir dele… Graças a ele…. Não te invento, antes, confirmo-te. Devido ao espelho, agora danço, e sinto-te em todos os passos. Esse sentir, que se vê no mais fumado dos reflexos, torna-me a cada passo mais dormente. Não é amor. Torpor que advém da doçura que toca o irreal, E como poderia o irreal sentir-se? Desmaterializando o real…. ...a existência, o próprio sentir. O Vazio sempre existente ante o ideal torna-me perplexa. Agora, o meu corpo jaz entre medidas pouco idílicas, perdendo-se na presença de teclas oníricas, que me levam mais longe do que alguma vez suspeitei. Quero respirar. O abandono implícito a tudo isto é medonho, sorri a cada gesto, a cada tentativa de fuga impõe-se, com uma abrangência assustadora. Que faço? Não posso abandonar-me. ...