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"A menina dança?"

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Sinto-me dissonante, A cada dia que passa. Tempo corre, sem volta e traz um futuro só com casca, de noz estragada. Toco piano sem semi tons. De folha branca em frente. E continuo a insistir no improviso, sem dó. E com ridícula piedade, sendo ela o tom que me permite continuar o caminho sem aumentar, por mim, o valor do meu dia a dia. Nem boas nem más noticias. VAZIO. Sinto-me enganada. Pelas teclas que correm dia após dia, pelas palavras repetidas, ouvidas e possivelmente não sentidas. Pela inexistência do tempo, e pelo conteúdo rico que este fantasma sempre apaga. Sinto-me em dó sustenido. Quase ré dos meus próprios sonhos.

Dias ao Sol.

A uma tarde de sexta-feira que mais se assemelha a uma noite de domingo, com o futebol sempre como saída do beco, onde afinal é praça que abraça o Tejo e a mim. Nela Pessoa perdido não se fez rogado em deixar num copo vazio e numa meia-noite de lua nova, a saudade de todos os seus rostos, que em cada português, dançante do fado, deixa, mesmo por segundos. Praça do Comércio. Tanto me vendes, com tão bom vinho me enganas. Decerto não a mim somente. Não sei por onde andei, sei apenas que acabei a jantar na cidade de Tomar, ao começar da noite num tão maravilhoso convento, onde até D. Manuel, por Cristo, pecou…em beleza. Sempre a dormir andei, depois disso, até que me encontrei num rodopio de jogos tradicionais, que a mais não foram, onde a gula passa por etiqueta numa quinta a que se dá o nome de Gaio de Baixo, e onde o touro é mais do que macho. Agora bem sei, pela Vala Real rodei, até fazer a Rota dos Mouchões, no rio que não só à cidade da luz pertence, mas às garç...

A Valsa com o Lírio.

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Foi um espelho que me mostrou o teu reflexo mais verdadeiro. A partir dele… Graças a ele…. Não te invento, antes, confirmo-te. Devido ao espelho, agora danço, e sinto-te em todos os passos. Esse sentir, que se vê no mais fumado dos reflexos, torna-me a cada passo mais dormente. Não é amor. Torpor que advém da doçura que toca o irreal, E como poderia o irreal sentir-se? Desmaterializando o real…. ...a existência, o próprio sentir. O Vazio sempre existente ante o ideal torna-me perplexa. Agora, o meu corpo jaz entre medidas pouco idílicas, perdendo-se na presença de teclas oníricas, que me levam mais longe do que alguma vez suspeitei. Quero respirar. O abandono implícito a tudo isto é medonho, sorri a cada gesto, a cada tentativa de fuga impõe-se, com uma abrangência assustadora. Que faço? Não posso abandonar-me.                          ...